Relatório da OMS alerta para rapidez da propagação de doenças infecciosas
O relatório, entitulado Um futuro mais seguro, foi divulgado ontem pela OMS e avisa que doenças infecciosas estão se propagando em uma velocidade nunca antes registrada, devido ao número cada vez maior de pessoas que viajam de avião pelo mundo. O apelo é que os países compartilhem informações sobre vírus1, como no caso da gripe2 aviária, para acelerar o desenvolvimento de vacinas.
Há um grande risco de surgimento de outras epidemias mortais, como AIDS, gripe2 aviária e vírus1 Ebola (ainda restrito à África). Novas doenças estão surgindo em um ritmo muito acelerado, cerca de uma doença a cada ano. Do início da década de 70 até agora, 39 novas moléstias se desenvolveram em diferentes pontos do mundo, diz a OMS. Somente nos últimos cinco anos, foram identificadas mais de 1.100 epidemias como, por exemplo, de pólio, cólera3 e gripe2 aviária.
Milhões de pessoas em muitos países do mundo podem estar ameaçadas por enfermidades produzidas por má alimentação, produtos químicos, ataques ou acidentes biológicos e nucleares, poluição industrial, mudança climática, além das epidemias.
Outras enfermidades como gripe2, malária e tuberculose4, que haviam praticamente desaparecido, estão voltando a ser detectadas como fruto de mutações biológicas, da resistência aos antibióticos e dos deficientes sistemas sanitários em muitos países por causa da pobreza e da falta de investimentos.
Compartilhar dados médicos, habilidades, tecnologias e técnicas sanitárias entre nações ricas e pobres é um dos caminhos para a segurança sanitária, dizem especialistas do organismo das Nações Unidas, além da cooperação e da solidariedade entre nações para a prevenção de novos surtos.
O documento traz seis recomendações dirigidas aos governos: implementação das Regulações Internacionais de Saúde5 (IHR 2005); cooperação global na vigilância e no alerta epidemiológico; partilha de conhecimentos, tecnologias e materiais; responsabilidade para construção de infra-estrutura em saúde5; colaboração com os governos e aumento dos recursos nacionais para a área de prevenção e treinamento.
Resistência a medicamentos também representa uma ameaça para o controle de doenças, de acordo com a OMS, que culpa o mau uso de antibióticos e tratamento médico deficiente pelo problema, destacando o caso da tuberculose4.
O Brasil é mencionado com destaque no documento por ter sido o primeiro país em desenvolvimento a fornecer terapia anti-retroviral para AIDS em seu sistema público de saúde5.
Fonte: Organização Mundial de Saúde5
Veja o relatório completo:
A safer future: global public health security in the 21st century