Metilfenidato é seguro para o sistema cardiovascular de crianças e jovens com déficit de atenção / hiperatividade (TDAH)?
Para determinar se o tratamento com metilfenidato em crianças e jovens com transtorno de déficit de atenção / hiperatividade (TDAH) está associado a eventos cardiovasculares foi realizada uma análise de séries de casos, entre 1° de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2011, na Coreia do Sul.
Os participantes foram 1224 pacientes, com idade menor ou igual a 17 anos, que tinham apresentado um evento cardiovascular incidente1 e tinham pelo menos uma prescrição de metilfenidato. O resultado principal mediu o diagnóstico2 (ou uma causa primária ou secundária) de qualquer dos seguintes eventos adversos cardiovasculares: arritmias3, hipertensão arterial4, infarto do miocárdio5, acidente vascular cerebral6 isquêmico7 ou insuficiência cardíaca8.
O aumento do risco de arritmia9 foi observado em todos os períodos de exposição à medicação, ou seja, nos períodos de tratamento com o metilfenidato, sendo o risco maior para as crianças que tinham doença cardíaca congênita10. Não se observou risco significativo de infarto do miocárdio5 para todos os períodos de tempo em que as crianças estavam expostas à medicação, apesar do risco ser maior nos primeiros dias de tratamento com metilfenidato (8 a 56 dias após o início do tratamento). Não foram observados riscos significativamente aumentados para hipertensão11, acidente vascular cerebral6 isquêmico7 ou insuficiência cardíaca8.
Concluiu-se que o risco relativo de infarto do miocárdio5 e arritmias3 cardíacas está aumentado no período inicial após o início do tratamento com metilfenidato para crianças e jovens com TDAH. Embora o risco absoluto seja provavelmente baixo, a relação risco-benefício do metilfenidato deve ser cuidadosamente considerada, particularmente em crianças com TDAH leve antes de se iniciar um tratamento medicamentoso.