Golimumabe pode preservar a função das células beta em jovens com diabetes tipo 1 de início recente
O diabetes tipo 11 é uma doença autoimune2 caracterizada pela perda progressiva de células beta pancreáticas3. Golimumabe é um anticorpo4 monoclonal humano específico para o fator de necrose5 tumoral α que já foi aprovado para o tratamento de várias doenças autoimunes6 em adultos e crianças. Não se sabe se o golimumabe pode preservar a função das células7 beta em jovens com diabetes tipo 11 evidente (estágio 3) recém-diagnosticado.
Neste ensaio de fase 2, multicêntrico, controlado por placebo8, duplo-cego, de grupo paralelo, publicado no The New England Journal of Medicine, designou-se aleatoriamente, em uma proporção de 2:1, crianças e adultos jovens (faixa etária, 6 a 21 anos) com diabetes tipo 11 evidente recém diagnosticado para receber golimumabe subcutâneo9 ou placebo8 por 52 semanas.
Leia sobre "Doenças autoimunes6" e "Aumento dos casos de diabetes tipo 11 e relação com a obesidade10".
O desfecho primário foi a produção de insulina11 endógena, conforme avaliado de acordo com a área sob a curva de concentração-tempo para o nível de peptídeo C12 em resposta a um teste de tolerância à refeição mista de 4 horas (AUC13 de peptídeo C12 de 4 horas) na semana 52. Os desfechos secundários e adicionais incluíram o uso de insulina11, o nível de hemoglobina glicada14, o número de eventos hipoglicêmicos, a proporção de pró-insulina11 em jejum para peptídeo C12 ao longo do tempo e perfil de resposta.
Um total de 84 participantes foi submetido à randomização – 56 foram atribuídos ao grupo golimumabe e 28 ao grupo placebo8. A média (±DP) da AUC13 de peptídeo C12 de 4 horas na semana 52 diferiu significativamente entre o grupo golimumabe e o grupo placebo8 (0,64 ± 0,42 pmol por mililitro vs. 0,43 ± 0,39 pmol por mililitro, P <0,001).
Uma abordagem de tratar para o alvo levou a um bom controle glicêmico em ambos os grupos, e não houve diferença significativa entre os grupos no nível de hemoglobina glicada14. O uso de insulina11 foi menor com golimumabe do que com placebo8.
Uma resposta de remissão parcial (definida como uma pontuação do nível de hemoglobina glicada14 ajustada à dose de insulina11 [calculada como o nível de hemoglobina glicada14 mais 4 vezes a dose de insulina11] de ≤9) foi observada em 43% dos participantes no grupo golimumabe e em 7% daqueles no grupo de placebo8 (diferença, 36 pontos percentuais; IC de 95%, 22 a 55).
O número médio de eventos hipoglicêmicos não diferiu entre os grupos de ensaio. Os eventos hipoglicêmicos que foram registrados como eventos adversos a critério dos investigadores foram relatados em 13 participantes (23%) no grupo golimumabe e em 2 (7%) daqueles no grupo placebo8.
Anticorpos15 para golimumabe foram detectados em 30 participantes que receberam a droga; 29 tinham concentrações de anticorpos15 inferiores a 1:1000, dos quais 12 tiveram resultados positivos para anticorpos15 neutralizantes.
O estudo concluiu que, entre crianças e jovens adultos com diagnóstico16 de diabetes17 tipo 1 evidente, o golimumabe resultou em uma melhor produção de insulina11 endógena e menos uso de insulina11 exógena do que o placebo8.
Veja também sobre "Diabetes17 na adolescência", "O papel da insulina11 no corpo" e "Opções de tratamentos para o diabetes17".
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), publicação em 19 de novembro de 2020.