Cronologia do início de distúrbios mentais e de doenças físicas em comorbidades mentais e físicas
Este artigo baseia-se em dados ponderados (n=6483) do National Comorbidity Survey Adolescent Supplement (idade dos participantes: de 13 a 18 anos), uma coorte1 nacionalmente representativa dos Estados Unidos. O início dos transtornos mentais ao longo da vida descritos pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4ª Edição, foi avaliado com a entrevista World Health Organization Composite International Diagnostic Interview, sendo complementado pelo relatório dos pais. O início das condições médicas ao longo da vida e as doenças diagnosticadas por médicos foram avaliados por autorrelato.
As associações temporais mais significativas com o início dos transtornos mentais que precederam o início de doenças físicas incluíram associações entre distúrbios afetivos e artrite2 (hazard ratio (HR)=3,36, intervalo de confiança (IC) de 95%=1,95 a 5,77) e doenças do sistema digestivo3 (HR=3,39, IC=2,30 a 5,00); entre transtornos de ansiedade e doenças de pele4 (HR=1,53, IC=1,21 a 1,94); e entre transtornos por uso de substâncias e alergias sazonais (HR = 0,33, IC=0,17 a 0,63).
As associações temporais mais significativas com doenças físicas anteriores a transtornos mentais incluíram doenças cardíacas e transtornos de ansiedade (HR=1,89, IC=1,41 a 2,52); epilepsia5 e transtornos alimentares (HR=6,27, IC=1,58 a 24,96); e doenças cardíacas e qualquer transtorno mental (HR=1,39, IC=1,11 a 1,74).
Leia sobre "Artrite2", "Ansiedade" e "Epilepsias".
Concluiu-se que os achados do estudo sugerem que os transtornos mentais são fatores de risco antecedentes de certas doenças físicas no início da vida, mas também vice-versa. Os resultados expandem a relevância dos transtornos mentais para além da saúde6 mental e física, e vice-versa, apoiando o conceito de uma abordagem mais integrada de saúde6 mental e física e abrem novos pontos de partida para a prevenção da doença e melhores tratamentos, com relevância para várias disciplinas médicas.
Fonte: PLOS One, de 21 de outubro de 2016