Fisioterapia pélvica em crianças ajuda a melhorar a constipação funcional
A constipação1 funcional (CF) é um problema comum na infância muitas vezes relacionada à disfunção muscular do assoalho pélvico2. Pesquisadores holandeses compararam a eficácia da fisioterapia3 pélvica4 (FP) versus cuidados médicos padrão (CMP) em crianças com constipação1 funcional (CF).
Foi realizado um estudo multicêntrico, randomizado5 e controlado, com 53 crianças (5-16 anos de idade) com constipação1 intestinal definida pelos critérios de Roma III, em hospitais da Holanda, de dezembro de 2009 a maio de 2014. Cuidados médicos padrão (CMP) consistiam em educação, treinamento para usar o banheiro e uso de laxantes6 (n=26), enquanto a fisioterapia3 pélvica4 incluía os CMP além de intervenções fisioterapêuticas específicas (n=27).
Os resultados foram obtidos a partir de relatórios escritos por pediatras e pais dos pacientes. O desfecho primário foi a ausência de CF, de acordo com os critérios de Roma III, após um período de acompanhamento de seis meses. Os desfechos secundários foram os efeitos globais percebidos (variando de 1 a 9, com sucesso definido como pontuação ≥ 8), escalas de avaliações numéricas da qualidade de vida (pai e filho; escala 1-10) e pontos fortes e dificuldades no questionário.
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O tratamento foi eficaz para 92,3% das crianças que receberam FP e 63% das crianças que receberam CMP (P=0,011). Significativamente mais crianças submetidas à FP pararam de usar laxantes6 (P=0,009). O sucesso do tratamento (com base no efeito percebido global) foi alcançado por 88,5% dos indivíduos que receberam FP versus 33,3% dos indivíduos que receberam CMP (P<0,001). A FP também produziu maiores diferenças médias ajustadas, antes versus após o tratamento, nas escalas numéricas para avaliar a qualidade de vida: um aumento de 1,8 ponto para os pais (P=0,047) e 2,0 pontos para as crianças (P=0,028). Os resultados dos pontos fortes e dificuldades apresentadas no questionário não diferiram significativamente entre os grupos (P=0,78).
Concluiu-se que neste estudo controlado, randomizado5, de crianças com CF, a fisioterapia3 pélvica4 foi mais eficaz do que os cuidados médicos padrão em todos os resultados medidos, com exceção dos resultados dos pontos fortes e dificuldades apresentadas no questionário. A FP deve ser considerada como uma opção de tratamento para a CF em crianças de 5 a 16 anos de idade.
Fonte: Gastroenterology, publicação online, de 17 de setembro de 2016