Betametasona em mulheres com risco de parto prematuro tardio é associada a melhorias respiratórias no bebê e redução dos custos com assistência médica, publicado pelo JAMA Pediatrics
A administração de corticosteroides a mulheres com alto risco de parto no período pré-termo tardio (34-36 semanas de gestação) melhora os resultados neonatais a curto prazo. As implicações de custo desta intervenção ainda não são conhecidas.
Para comparar a custo-efetividade do tratamento com corticosteroides antenatais e a ausência de tratamento para mulheres com risco de parto prematuro tardio foi realizada uma análise secundária do estudo Antenatal Late Preterm Steroids (30 de outubro de 2010 a 27 de fevereiro de 2015), um ensaio clínico randomizado1, multicêntrico, com uso de corticosteroides no pré-natal versus uso de placebo2 em mulheres com risco de parto prematuro tardio.
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Os custos maternos foram baseados nas taxas do Medicaid e incluíram o uso de betametasona, bem como as visitas ambulatoriais ou internações hospitalares necessárias para administrar a betametasona. Todos os custos médicos diretos para cuidados com recém-nascidos foram incluídos. Para os bebês3 admitidos na unidade de terapia intensiva4 neonatal, os custos diários abrangentes foram estratificados pela gravidade da doença respiratória. Para os bebês3 admitidos no berçário regular de recém-nascidos, foram utilizadas estimativas de custos representativas da literatura.
A eficácia foi medida como a proporção de bebês3 sem o desfecho primário do estudo: um composto de tratamento nas primeiras 72 horas com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) ou cânula nasal de alto fluxo por 2 horas ou mais, oxigênio suplementar com uma fração inspirada de oxigênio de 30% ou mais por 4 horas ou mais e oxigenação por membrana extracorpórea ou ventilação5 mecânica. Esta análise secundária foi inicialmente lançada em junho de 2016 e a revisão da análise começou em maio de 2017.
Os custos foram determinados para 1.426 pares mãe-filho no grupo betametasona (média [SD] idade materna de 28,6 [6,3] anos; 827 [58,0%] brancos) e 1.395 pares mãe-filho no grupo placebo2 (média [SD] idade materna de 27,9 [6,2] anos, 794 [56,9%] brancos).
O tratamento com betametasona foi associado a um custo total médio de par-mulher-bebê de US$4.681 (US$5.798), que foi significativamente menor do que a média (DP) de US$5.379 (US$8.422) para mulheres e bebês3 no grupo placebo2 (diferença US$698; IC de 95% US$186 a US$1.257; p = 0,02). O estudo Antenatal Late Preterm Steroids determinou que o uso de betametasona é eficaz: morbidade6 respiratória diminuiu em 2,9% (IC 95% -0,5% para -5,4%).
Assim, a relação custo-efetividade foi -23.986. A inspeção7 das replicações de bootstrap8 confirmou que o tratamento foi a estratégia dominante em 5.000 amostras (98,8%). Análises de sensibilidade mostraram que esses resultados foram mantidos sob a maioria das premissas.
Os achados sugerem que o tratamento pré-natal com betametasona está associado a uma redução estatisticamente significativa nos custos com assistência médica e a melhores resultados. Assim, este tratamento pode ser uma estratégia economicamente desejável.
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Fonte: JAMA Pediatrics, publicação online de 11 de março de 2019.