Idosos com infarto agudo do miocárdio (IAM): padrões de internações, tratamentos e resultados durante 20 anos nos Estados Unidos, divulgados pelo JAMA
As últimas duas décadas foram marcadas por grandes mudanças no número de pessoas hospitalizadas com infarto1 agudo2 do miocárdio3 (IAM) — e melhorias marcantes nos resultados no curto e longo prazos, juntamente com o aumento no custo por hospitalização e número de procedimentos.
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O Medicare e outras organizações concentraram-se em melhorar a qualidade dos cuidados de pacientes com IAM durante esses 20 anos. No entanto, não há uma perspectiva abrangente sobre a evolução dos desfechos para o IAM durante esse período, e não se sabe se as alterações temporais variaram de acordo com o subgrupo de pacientes, hospital ou município.
Com o objetivo de fornecer uma avaliação abrangente das tendências nacionais nos resultados de internação e nos custos do IAM durante esse período, foi realizado este estudo de coorte5 que incluiu a análise de dados de uma amostra de 4.367.485 beneficiários do Medicare, com 65 anos ou mais, de 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2014, em 5.680 hospitais nos Estados Unidos. As análises foram realizadas de 15 de janeiro a 5 de junho de 2018.
Mortalidade6 por todas as causas em 30 dias nos níveis individual (paciente), hospitalar e municipal foram as principais medidas e resultados do estudo. Resultados adicionais incluíram readmissões em 30 dias por todas as causas; IAM recorrente em um ano; mortalidade6 intra-hospitalar; tempo de internação hospitalar; pagamento médio pela internação pelo Medicare, ajustado ao Índice de Preços ao Consumidor de 2014, por meio de encargos com IAM; e taxas de cateterismo7, intervenção coronária percutânea e cirurgia de revascularização do miocárdio3.
Entre 1995 e 2014, a idade média (DP) dos pacientes aumentou de 76,9 (7,2) para 78,2 (8,7) anos; a porcentagem de pacientes do sexo feminino declinou de 49,5% para 46,1%; a porcentagem de pacientes brancos declinou de 91,0% para 86,2% e a porcentagem de pacientes negros aumentou de 5,9% para 8,0%.
Houve declínios nas hospitalizações por IAM (914 para 566 por 100.000 beneficiários-anos), na mortalidade6 em 30 dias (20,0% para 12,4%; diferença de 7,6 pontos percentuais; IC 95%, 7,3-7,8 pontos percentuais), nas readmissões em 30 dias por todas as causas (21,0% para 15,3%; diferença de 5,7 pontos percentuais; IC 95%, 5,4-6,0 pontos percentuais) e no IAM recorrente em um ano (7,1% para 5,1%; diferença de 2,0 pontos percentuais; IC 95%, 1,8-2,2 pontos percentuais).
Houve aumentos no pagamento médio pela internação pelo Medicare, ajustado ao Índice de Preços ao Consumidor de 2014, por meio de encargos com IAM (US $9.282 para US $11.031), no cateterismo7 de internação em 30 dias (de 44,2% para 59,9%; diferença de 15,7 pontos percentuais; IC 95%, 15,4-16,0 pontos percentuais) e na intervenção coronariana percutânea com internação (18,8% a 43,3%; diferença de 24,5 pontos percentuais; IC 95%, 24,2-24,7 pontos percentuais). As taxas de cirurgia de revascularização miocárdica diminuíram de 14,4% para 10,2% (diferença de 4,2 pontos percentuais; IC 95%, 3,9-4,3 pontos percentuais). Houve heterogeneidade por hospital e município nas mudanças de mortalidade6 ao longo do tempo.
Este estudo mostra melhorias marcantes na mortalidade6 a curto prazo e nas readmissões hospitalares por infarto1, com um aumento nos procedimentos hospitalares e pagamentos, para um número cada vez menor de beneficiários do Medicare com IAM.
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Fonte: JAMA Network, em 15 de março de 2019.