Donanemab resultou em melhores pontuações para cognição na doença de Alzheimer precoce, em comparação com o placebo
Uma marca registrada da doença de Alzheimer1 é o acúmulo de peptídeo β-amiloide (Aβ). O donanemab, um anticorpo2 que tem como alvo uma forma modificada de Aβ depositado, está sendo investigado para o tratamento da doença de Alzheimer1 precoce.
Em estudo publicado no The New England Journal of Medicine, pesquisadores conduziram um ensaio clínico de fase 2 de donanemab em pacientes com doença de Alzheimer1 sintomática3 inicial que apresentavam deposição de tau e amiloide na tomografia por emissão de pósitrons (PET).
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Os pacientes foram designados aleatoriamente em uma proporção de 1:1 para receber donanemab (700 mg para as três primeiras doses e 1400 mg depois) ou placebo6 por via intravenosa a cada 4 semanas por até 72 semanas.
O desfecho primário foi a mudança da linha de base na pontuação da Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer1 Integrada (iADRS; faixa de 0 a 144, com pontuações mais baixas indicando maior comprometimento cognitivo7 e funcional) em 76 semanas.
Os desfechos secundários incluíram a mudança nas pontuações na Escala de Avaliação Clínica de Demência8 – Soma de Caixas (CDR-SB), na subescala cognitiva9 de 13 itens da Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer1 (ADAS-Cog13), noo Estudo Cooperativo da Doença de Alzheimer1 – Atividades Instrumentais de Inventário de Vida Diária (ADCS-iADL) e no Miniexame do Estado Mental (MEEM), bem como a mudança no fardo de amiloide e tau no PET.
Um total de 257 pacientes foram inscritos; 131 foram designados para receber donanemab e 126 para receber placebo6. A pontuação inicial do iADRS foi de 106 em ambos os grupos.
A alteração da linha de base na pontuação do iADRS em 76 semanas foi de -6,86 com donanemab e -10,06 com placebo6 (diferença, 3,20; intervalo de confiança de 95%, 0,12 a 6,27; P = 0,04). Os resultados da maioria dos desfechos secundários não mostraram diferenças substanciais.
Às 76 semanas, as reduções no nível da placa10 amiloide e no fardo global de tau foram 85,06 centilóides e 0,01 maiores, respectivamente, com donanemab do que com placebo6. Edema11 cerebral ou derrames (principalmente assintomáticos) relacionados com amiloide ocorreram com o donanemab.
O estudo concluiu que, em pacientes com doença de Alzheimer1 precoce, o donanemab resultou em uma pontuação composta melhor para a cognição12 e para a capacidade de realizar atividades da vida diária do que o placebo6 em 76 semanas, embora os resultados para desfechos secundários tenham sido mistos.
Ensaios mais longos e maiores são necessários para estudar a eficácia e segurança de donanemab na doença de Alzheimer1.
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Fonte: The New England Journal of Medicine, publicação em 06 de maio de 2021.