Níveis de adiponectina podem prever o risco de pré-diabetes: estudo Pathobiology of Prediabetes in A Biracial Cohort (POP-ABC)
Os níveis de adiponectina podem exibir disparidades étnicas e são inversamente associados ao risco de desenvolver diabetes1 tipo 2 (DM2). No entanto, a associação dos níveis de adiponectina com o risco de pré-diabetes2 em populações diversas ainda não foi bem estudado. Neste estudo longitudinal, publicado pelo BMJ Diabetes1 Research & Care, foram avaliados os níveis de adiponectina no início da pesquisa em relação à incidência3 de pré-diabetes2 em uma coorte4 birracial.
O estudo The Pathobiology of Prediabetes in A Biracial Cohort study (POP-ABC) seguiu a prole não-diabética de pais com DM2 para avaliar a ocorrência de pré-diabetes2, definida como glicemia de jejum5 alterada e/ou tolerância diminuída à glicose6. Avaliações no início do estudo e durante o acompanhamento incluíram teste oral de tolerância à glicose6 75 g, antropometria, medições bioquímicas (insulina7 de jejum e os níveis de adiponectina), sensibilidade à insulina7 e secreção de insulina7. A regressão logística foi usada para avaliar a contribuição da adiponectina ao risco de progressão para o pré-diabetes2.
Entre os 333 participantes do estudo, média de idade (DP) de 44,2 anos (10,6), 151 (45,3%) eram brancos e 182 (54,8%) eram negros. Durante aproximadamente 5,5 anos de acompanhamento (média de 2,62), 110 participantes (33%) evoluíram para o pré-diabetes2 (N=100) ou para o diabetes mellitus8 tipo 2 (DM2) (N=10) e 223 participantes (67%) não progrediram para estes estados. O nível médio de adiponectina na coorte4 foi de 9,41 + 5,30 μg/mL (intervalo 3,1-45,8 ug/ml). Os valores foram mais altos nas mulheres do que nos homens (10,3 + 5,67 μg/mL vs. 7,27 + 3,41 μg/mL, p<0,0001) e mais altos na prole branca do que na prole negra (10,7 + 5,44 μg/mL vs. 8,34 + 4,95 μg/mL, p<0,0001). Os níveis de adiponectina correlacionaram-se inversamente com a adiposidade e com a glicemia9, e positivamente com a sensibilidade à insulina7 e com os níveis de lipoproteína de alta densidade. A adiponectina na linha de base previu fortemente os casos incidentes10 de pré-diabetes2.
Concluiu-se que entre os adultos brancos e negros saudáveis, com história familiar de DM2, o nível de adiponectina é um forte marcador de risco para a incidência3 de pré-diabetes2. Assim, a associação conhecida de adiponectina com o risco de diabetes1 é evidente numa fase muito precoce da patogênese11, durante a transição da normoglicemia para o pré-diabetes2.
Fonte: BMJ Open Diabetes1 Research & Care, de 27 de março de 2016