Portadores de rosácea podem ter risco aumentado para demência
A rosácea é uma doença inflamatória crônica comum da pele1, na qual é observada sobrerregulação de metaloproteinases de matriz (MMP) e peptídeos antimicrobianos (PAMs). Notavelmente, a inflamação2, as MMPs e os PAMs também estão envolvidos na etiopatogenia de certas perturbações neurodegenerativas incluindo formas de demência3, como a doença de Alzheimer4 (DA). Com base em diversas observações clínicas, foi investigada a associação entre rosácea e demência3, incluindo a doença de Alzheimer4, em registros dinamarqueses.
Todos os cidadãos dinamarqueses com idade maior ou igual a 18 anos, entre 1° de janeiro de 1997 e 31 de dezembro de 2012, foram ligados a nível individual através de registros administrativos. A regressão de Cox foi utilizada para calcular as razões de risco não ajustados e ajustados (HR).
O estudo envolveu um total de 5.591.718 pessoas, incluindo 82.439 pacientes com rosácea. Um total de 99.040 pessoas desenvolveu demência3 (qualquer forma) no período do estudo, das quais 29.193 foram diagnosticados com DA. Os HRs ajustados de demência3 e de DA foram 1,07 (intervalo de confiança [IC] de 95% = 1,01-1,14) e 1,25 (IC 95% = 1,14-1,37), respectivamente, em pacientes com rosácea. Estratificada por sexo, os HRs de DA foram 1,28 (IC 95% = 1,15-1,45) e 1,16 (IC 95% = 1,00-1,35) em mulheres e homens, respectivamente. Quando os resultados foram estratificados por idade no início do estudo, o risco de DA só foi significativamente aumentado em indivíduos ≥60 anos de idade (HR ajustado = 1,20; IC 95% = 1,08-1,32). Quando as análises foram limitadas a pacientes com diagnóstico5 de rosácea constatado por dermatologista em hospital, os HRs ajustados de demência3 e DA foram de 1,42 (IC 95% = 1,17-1,72) e 1,92 (IC 95% = 1,44-2,58), respectivamente.
Concluiu-se que a rosácea é significativamente associada com demência3, particularmente com a doença de Alzheimer4. Maior foco nos sintomas6 de disfunção cognitiva7 em pacientes idosos com rosácea pode ser relevante.
Fonte: Annals of Neurology, publicação online de 28 de abril de 2016