Apoio aos pacientes: Asma - Prevenção e Tratamento
A asma1 é uma doença respiratória crônica que afeta 10% da população brasileira, sendo responsável por cerca de 400.000 internações hospitalares por ano e incontáveis atendimentos ambulatoriais principalmente nas emergências. Tem levado a um grande absenteísmo no trabalho e na escola. A asma1 leva à constrição2 e inflamação3 das vias aéreas por hiper-responsividade a uma variedade de estímulos e liberação de mediadores inflamatórios. Ocorre por uma interação de fatores ambientais e hereditários.
O que sente uma pessoa com crise de asma1?
As crises de asma1 são geralmente recorrentes e caracterizadas por chieira, falta de ar, tosse seca e desconforto torácico ("aperto no peito4"), podendo causar grande sofrimento. Elas predominam à noite e no início da manhã.
Considera-se que 80% dos asmáticos tenham rinite5 e 50% dos pacientes com rinite5 tenham asma1. Uma associação da asma1 com eczema6 (doença alérgica da pele7) confere maior gravidade à asma1.
Quais os agentes ambientais intradomiciliares relacionados ao desenvolvimento da asma1?
Ácaros, pêlos de cães e gatos, alérgenos8 de baratas e os fungos (mofo). Estes alérgenos8 se acumulam no travesseiro, na cama (uma cama pode conter cerca de dois milhões de ácaros), no cobertor, na cortina, no carpete, em bichinhos de pelúcia e em qualquer lugar que acumule poeira;
Aquecedores e fogões a gás;
Fumaça de cigarro;
Queima de madeira para aquecimento de lareiras;
Odores fortes (perfumes, produtos de limpeza, frituras, tinturas).
Quais os fatores que desencadeiam uma crise de asma1?
Alérgenos8 e irritantes;
Infecções9 de vias aéreas;
Exercício físico (asma1 desencadeada por exercício);
Refluxo gastro-esofágico;
Certas medicações e alimentos;
Causas emocionais: os fatores emocionais isolados não provocam a asma1, entretanto, a ansiedade e o estresse podem causar a fadiga10, que pode também aumentar os sintomas11 da asma1 e agravar uma crise.
Quais os cuidados a serem tomados para prevenção?
Encapar colchões e travesseiros;
Lavar semanalmente as roupas de cama;
Retirar cortinas, tapetes, carpetes;
Evitar animais domésticos;
Promever a ventilação12 do ambiente.
Quais os medicamentos usados no tratamento da asma1?
O tratamento da asma1 é feito basicamente por medicamentos antiinflamatórios (geralmente, esteróides inalatórios) para manutenção e por broncodilatadores13 (geralmente, beta-2-adrenérgicos14 inalatórios de efeito rápido) para as crises. Outros medicamentos como os antileucotrienos são usados para o tratamento da asma1 crônica.
A maior vantagem da utilização de medicamentos por via inalatória (nebulizadores, aerossóis dosimetrados ou sprays - popularmente conhecido como "bombinhas" e inaladores em pó) no tratamento de asma1 é a possibilidade de se obter maior efeito terapêutico associado a menores repercussões sistêmicas. Pois o medicamento atua diretamente sobre a mucosa15 respiratória, permitindo o uso de doses relativamente pequenas. Outra vantagem é o início de ação mais rápido.
Além dos medicamentos, os pacientes devem procurar descansar, manter-se bem nutridos e participar de atividades físicas regulares e apropriadas para o seu bem-estar. Todos estes fatores colaboram para o controle desta doença.
Qual o papel da imunoterapia no tratamento de manutenção da asma1?
A imunoterapia consiste em administrar repetidamente (geralmente por via subcutânea16) extratos de alérgenos8 específicos com o objetivo de induzir proteção no paciente contra os sintomas11 alérgicos desencadeados por tais alérgenos8. O seu maior benefício tem sido demonstrado no tratamento da rinite5 alérgica.
Em relação à asma1, revisão recente da literatura realizada pelo grupo Cochrane demonstrou benefício da imunoterapia no seu tratamento. No entanto, importantes questionamentos ainda permanecem, principalmente a respeito de qual paciente se beneficiaria de tal estratégia e qual seria a sua eficácia a longo prazo. Além disso, os seus benefícios são modestos quando comparados com o corticóide inalatório. Assim, a postura mais aceita atualmente é de considerar a imunoterapia para aqueles pacientes em que o controle ambiental e o uso de medicamentos (incluído o corticóide inalatório) falharam em controlar a doença.