Corticoide oral para criança pode causar efeitos colaterais importantes, revisão publicada pelo Archives of Disease in Childhood
Pesquisadores da Division of Medical Sciences & Graduate Entry Medicine, School of Medicine, University of Nottingham e Royal Derby Hospital Centre, no Reino Unido, estudaram as consequências para as crianças que fazem uso de corticosteroides orais de curta duração. Este tipo de medicação costuma estar associado a reações adversas e o objetivo desta revisão foi avaliar e identificar as reações adversas mais comuns e mais graves e determinar seus níveis de risco relativo.
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de dados da EMBASE, MEDLINE, International Pharmaceutical Abstracts, CINAHL, Cochrane Library e PubMed, sem restrições de idioma, para identificar os estudos em que os corticosteroides orais foram administrados a pacientes com idades entre 28 dias a 18 anos, incluindo o uso de corticoide de até 14 dias de tratamento. Todos os estudos que forneciam informações claras sobre as reações adversas aos corticoides foram incluídos.
Trinta e oito estudos, incluindo 22 ensaios clínicos1 randomizados (ECR) preencheram os critérios de inclusão. Os estudos envolveram um total de 3.200 crianças nas quais foram notificadas 850 reações adversas aos corticoides (RACs). As três RACs mais frequentes foram vômitos2, alterações comportamentais e distúrbios do sono, com as respectivas taxas de incidência3 de 5,4%, 4,7% e 4,3% dos pacientes avaliados para essas RACs. A susceptibilidade4 à infecção5 foi uma das RACs mais graves; uma criança morreu após contrair varicela6 zoster7. Quando aferida a pressão arterial8 dos pacientes, 144 dos 369 pacientes mostraram aumento da pressão arterial8; 21 de 75 pacientes apresentaram ganho de peso; e a supressão do eixo hipotálamo9-hipófise10-adrenal foi detectada em 43 de 53 pacientes.
Concluiu-se que o uso oral de corticoide em crianças, mesmo em um período inferior a 15 dias, pode levar a reações adversas tais como vômitos2, alterações comportamentais e distúrbios do sono (reações mais frequentes). O aumento da susceptibilidade4 à infecção5 foi a RAC mais grave.
Fonte: Archives of Disease in Childhood, publicação online, de 14 de janeiro de 2016