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Lítio pode ajudar no tratamento agudo do transtorno bipolar pediátrico

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O lítio é um tratamento de referência para o transtorno bipolar em adultos. Estudos definitivos do uso de lítio no transtorno bipolar pediátrico são escassos, mas uma pesquisa divulgada pelo periódico Pediatrics mostrou que o lítio foi superior ao uso de placebo1 nesta população.

Este estudo multicêntrico, randomizado2, duplo-cego, controlado por placebo1, com participantes pediátricos (idades entre 7 e 17 anos) com transtorno bipolar/episódios de mania ou mistos, comparou o uso de lítio (n=53) versus placebo1 (n=28) por 8 semanas ou mais. A medida de eficácia primária foi a alteração do início até o final do estudo na pontuação da escala Young Mania Rating Scale (YMRS).

A mudança na pontuação YMRS foi significativamente maior em participantes tratados com lítio após ajustes (P=0,03). No geral, o escore Clinical Global Impression–Improvement favoreceu o uso de lítio em comparação com placebo1 (P=0,03). Um aumento estatisticamente significativo da concentração de tireotropina foi visto com o lítio (3,0 ± 3,1 mIU/L) em comparação com o placebo1 (-0,1 ± 0,9 mIU/L; P<0,001). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação ao ganho de peso.

Concluiu-se que o lítio foi superior ao placebo1 na redução dos sintomas3 maníacos em doentes pediátricos tratados para transtorno bipolar neste ensaio clínico. O lítio foi geralmente bem tolerado nesta população de doentes e não foi associado ao ganho de peso, distinguindo-o de outros agentes comumente usados para tratar jovens com transtorno bipolar.

Fonte: Pediatrics, publicação online, de 12 de outubro de 2012

NEWS.MED.BR, 2015. Lítio pode ajudar no tratamento agudo do transtorno bipolar pediátrico. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/808689/litio-pode-ajudar-no-tratamento-agudo-do-transtorno-bipolar-pediatrico.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.

Complementos

1 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
2 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
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