Crianças com faringite estreptocócica: qual o melhor momento para o retorno à escola após início do tratamento?
Um estudo, publicado no periódico Pediatric Infectious Disease Journal, foi realizado com o objetivo de determinar se uma dose única de amoxicilina administrada a uma criança com infecção1 de garganta2 causada por Streptococcus do grupo A, causa confirmada por exames específicos, é suficiente para permitir que a criança retorne à escola após as primeiras doze horas do início do tratamento.
Foram incluídas 111 crianças com dor de garganta2 e teste rápido de detecção do antígeno3 do estreptococcus positivo (RADT), bem como um resultado positivo para Streptococcus do grupo A (GAS). Depois de serem obtidos swabs da orofaringe4, todos os participantes receberam uma única dose de amoxicilina (50 mg/kg). Doze a vinte e três horas após a primeira dose de amoxicilina, todos os participantes retornaram na manhã do segundo dia para uma segunda amostra de swab da garganta2. Na visita do segundo dia, uma enfermeira ou um médico assistente obteve um histórico do intervalo, a temperatura da membrana timpânica5 e um pediatra ou uma enfermeira examinou a orofaringe4 do paciente.
Na manhã do dia 2, apenas 10 de 111 participantes continuaram a ter um RADT positivo, confirmado por uma cultura. Estreptococos do grupo A não eram detectáveis no dia 2 em swabs de orofaringe4 por RADT e também por cultura em 91% dos participantes do estudo (intervalo de confiança de 86% a 96%). Sete das dez falhas tiveram uma diminuição marcada no número de colônias beta-hemolíticas que foram 3+ a 4+ na placa6 inicial de cultura durante a noite e diminuíram para 1+ no seguimento (obtidas no dia 2) em placa6 de cultura da garganta2. Dois participantes continuaram a ter 3+ ou 4+ estreptococos do grupo A, após incubação7 da segunda amostra de cultura da garganta2.
As atuais recomendações estipulam que as crianças não devem voltar para a escola por pelo menos 24 horas depois de ter iniciado o tratamento com antibióticos para uma infecção1 de garganta2 com teste positivo para estreptococos do grupo A. No entanto, no presente estudo concluiu-se que mesmo quando dada no final da tarde, uma dose completa de amoxicilina (50 mg/Kg), administrada após a notificação dos resultados dos RADTs positivos para estreptococo do grupo A, resultou na não-detecção de GAS em 91% das crianças na manhã seguinte. Aparentemente, todas as crianças tratadas com amoxicilina para "faringite8 estreptocócica" às 17 horas do dia 1 poderiam, se afebris e com melhora clínica, retornar à escola no dia 2 sem oferecer risco para as demais crianças.
Fonte: Pediatric Infectious Disease Journal, de 20 de agosto de 2015