Quais são os melhores antidepressivos para os idosos?
Apesar de seu uso comum na prática clínica diária, não se sabe a eficácia comparativa e a segurança dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina e dos inibidores da serotonina/norepinefrina em idosos. Para responder a esta questão, uma equipe de cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, realizou uma revisão sistemática e meta-análise com 15 ensaios clínicos1 randomizados elegíveis para inclusão, incorporando estudos sobre o uso de citalopram, escitalopram, paroxetina, duloxetina, venlafaxina, fluoxetina e sertralina. Os dados sobre a resposta parcial (definida como pelo menos uma redução de 50% na pontuação da depressão em relação à linha de base) e fatores de segurança - tais como tonturas2, vertigens3, síncopes4, quedas e perda de consciência - foram extraídos, uma meta-análise de rede Bayesiana foi realizada e os riscos relativos (RR) foram produzidos.
Em um estudo, publicado pelo Journal of the American Geriatrics Society, envolvendo indivíduos com 60 anos de idade ou mais, os pesquisadores descobriram que, em relação à resposta parcial, a sertralina (RR=1,28), paroxetina (RR=1,48) e duloxetina (RR=1,62) foram significativamente melhores do que o placebo5. Os restantes produziram RRs menores do que 1,20. Em relação à vertigem6, a duloxetina (RR=3,18) e a venlafaxina (RR=2,94) foram estatística e significativamente piores do que o placebo5. Em comparação ao placebo5, a sertralina tinha o menor RR para tontura7 (1,14) e a fluoxetina tinha o segundo RR mais baixo (1,31). O citalopram, escitalopram, paroxetina e todos os outros tinham RRs entre 1,4 e 1,7.
Os autores concluíram que havia evidência clara da eficácia da sertralina, paroxetina e duloxetina. Parece haver também uma hierarquia de segurança associada aos diferentes antidepressivos e uma escassez de relatórios de resultados de segurança. Em um momento de pesquisas comparativas de eficácia, parece que ainda se faz necessário dar maior foco na eficácia comparativa destes e de outros medicamentos psiquiátricos.
Fonte: Journal of the American Geriatrics Society, agosto de 2015