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Mortalidade associada à terapia empregada no tratamento da retocolite ulcerativa: medicamento ou cirurgia?

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A mortalidade1 associada à terapia medicamentosa versus colectomia eletiva2 no tratamento da colite3 ulcerosa foi avaliada em um estudo de coorte4, com publicação online pelo periódico Annals of Internal Medicine.

Os pacientes com colite3 ulcerativa muitas vezes tem que decidir entre o uso de medicamentos imunossupressores mais fortes (por exemplo, esteroides ou azatioprina) ou a realização de uma cirurgia para remover o cólon5 (intestino grosso6). Não está claro se os pacientes que optam pela cirurgia vivem mais do que aqueles que são tratados com medicamentos.

Para saber se a sobrevivência7 dos pacientes que optam por uma cirurgia difere da sobrevivência7 daqueles que tomam medicamentos para a colite3 ulcerativa, foram estudados 8.371 pacientes com colite3 ulcerosa ativa, com mais de 18 anos, cobertos pelo Medicaid e/ou Medicare entre 2000 e 2011. Os pacientes foram definidos como portadores de doença ativa se fossem hospitalizados por colite3 ulcerativa, recebessem duas ou mais prescrições de esteroides dentro de 90 dias ou recebessem prescrição de um fármaco8 imunossupressor9.

Os 830 pacientes que fizeram a cirurgia eletiva2 para remover seu cólon5 foram pareados a 7.541 pacientes que usaram medicamentos para o tratamento da colite3 ulcerativa ativa. Os pacientes em ambos os grupos foram acompanhados até a morte ou até o término do estudo.

Em geral, os pacientes que optaram por uma cirurgia para remover seu cólon5 tiveram melhor sobrevida10 do que aqueles que tomaram medicamentos para a doença ativa. Entre os pacientes com idade inferior a 50 anos, a sobrevivência7 daqueles que fizeram a cirurgia não diferiu da sobrevivência7 daqueles que tomaram remédio para sua doença. Já nos pacientes com 50 anos ou mais, o grupo da cirurgia eletiva2 viveu por mais tempo do que aqueles no grupo do tratamento medicamentoso.

É importante observar que podem constituir limitações a este estudo o fato de que embora o Medicare e Medicaid sejam os seguros de saúde11 primários para um em cada cinco americanos, os resultados do estudo podem não se aplicar à população geral com retocolite ulcerativa ativa. No entanto, para os pacientes estudados, a cirurgia eletiva2 foi associada à melhor sobrevida10 do que a terapia medicamentosa.

Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação online, de 14 de julho de 2015

NEWS.MED.BR, 2015. Mortalidade associada à terapia empregada no tratamento da retocolite ulcerativa: medicamento ou cirurgia?. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/796044/mortalidade-associada-a-terapia-empregada-no-tratamento-da-retocolite-ulcerativa-medicamento-ou-cirurgia.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.

Complementos

1 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
2 Eletiva: 1. Relativo à eleição, escolha, preferência. 2. Em medicina, sujeito à opção por parte do médico ou do paciente. Por exemplo, uma cirurgia eletiva é indicada ao paciente, mas não é urgente. 3. Cujo preenchimento depende de eleição (diz-se de cargo). 4. Em bioquímica ou farmácia, aquilo que tende a se combinar com ou agir sobre determinada substância mais do que com ou sobre outra.
3 Colite: Inflamação da porção terminal do cólon (intestino grosso). Pode ser devido a infecções intestinais (a causa mais freqüente), ou a processos inflamatórios diversos (colite ulcerativa, colite isquêmica, colite por radiação, etc.).
4 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
5 Cólon:
6 Intestino grosso: O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: ceco (cecum), cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus. Ele tem um papel importante na absorção da água (o que determina a consistência do bolo fecal), de alguns nutrientes e certas vitaminas. Mede cerca de 1,5 m de comprimento.
7 Sobrevivência: 1. Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. 2. Característica, condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro. Condição ou qualidade de quem ainda vive após a morte de outra pessoa. 3. Sequência ininterrupta de algo; o que subsiste de (alguma coisa remota no tempo); continuidade, persistência, duração.
8 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
9 Imunossupressor: Medicamento que suprime a resposta imune natural do organismo. Os imunossupressores são dados aos pacientes transplantados para evitar a rejeição de órgãos ou para pacientes com doenças autoimunes.
10 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
11 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
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