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JAMA: Viagra, Levitra e Cialis podem aumentar risco de desenvolver melanoma maligno

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O alvo dos medicamentos usados para tratar a disfunção erétil, os inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5), faz parte de uma via implicada no desenvolvimento de melanoma1 maligno. Um risco aumentado de melanoma1 em usuários de sildenafila foi relatado recentemente.

Com o objetivo de examinar a associação entre o uso de inibidores da PDE5 e o risco de melanoma1, incluindo dados sobre inibidores da PDE5 específicos, número de prescrições e estágio do melanoma1, foi realizado um trabalho publicado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA).

O estudo sueco, caso-controle, de base populacional, usando registros de saúde2 de bancos de dados demográficos na Suécia, incluiu 4.065 casos de melanoma1 diagnosticados entre 2006 e 2012 e cinco controles aleatoriamente selecionados por caso, com ano de nascimento como correspondência.

O número de prescrições de inibidores de PDE5, sildenafila e vardenafila ou tadalafila, o risco de melanoma1, global e por estadiamento do tumor3 e o risco de carcinoma4 basocelular foram analisados.

Dos 4.065 casos de melanoma1, 435 homens (11%) tinham prescrições de inibidores da PDE5, assim como 1.713 homens dos 20.325 controles (8%). Na análise multivariada, houve um aumento do risco de melanoma1 em homens que tomavam inibidores da PDE5. Observou-se aumento mais pronunciado do risco em homens que tinham uma única prescrição, mas não foi significativo entre os homens com várias prescrições. Os inibidores da PDE5 foram significativamente associados com melanoma1 no estágio 0 e no estágio I, mas não nos estágios II a IV. As estimativas de risco foram semelhantes para sildenafila e vardenafila ou tadalafila. O uso de inibidores da PDE5 também foi associado a um aumento do risco de carcinoma4 de células5 basais. Homens que tomavam inibidores da PDE5 tinham maior nível de escolaridade e de renda anual, fatores que também foram significativamente associados ao risco de melanoma1.

Concluiu-se que, nesta coorte6 sueca de homens, a utilização de inibidores da PDE5 foi associada a um aumento modesto, mas estatisticamente significativo, do risco de desenvolver melanoma1 maligno. No entanto, o padrão de associação (por exemplo, a falta de associação com várias prescrições preenchidas) levanta questões sobre se esta é ou não é uma associação causal.

Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume313, número 24, de 23 a 30 de junho de 2015

NEWS.MED.BR, 2015. JAMA: Viagra, Levitra e Cialis podem aumentar risco de desenvolver melanoma maligno. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/793362/jama-viagra-levitra-e-cialis-podem-aumentar-risco-de-desenvolver-melanoma-maligno.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.

Complementos

1 Melanoma: Neoplasia maligna que deriva dos melanócitos (as células responsáveis pela produção do principal pigmento cutâneo). Mais freqüente em pessoas de pele clara e exposta ao sol.Podem derivar de manchas prévias que mudam de cor ou sangram por traumatismos mínimos, ou instalar-se em pele previamente sã.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
4 Carcinoma: Tumor maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial.
5 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
6 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
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