Novas diretrizes de cuidados perioperatórios em amigdalectomias foram associadas a maior número de reconsultas devido à dor
Para investigar a associação entre as novas recomendações de cuidados perioperatórios da American Academy of Otolaryngology Head and Neck Surgery 2011 e os resultados em crianças submetidas à amigdalectomia, foi realizado um estudo de coorte1 retrospectivo2, com crianças saudáveis submetidas à amigdalectomia, entre janeiro de 2009 e janeiro de 2013, em 29 hospitais pediátricos americanos participantes do Pediatric Health Information System.
Foram avaliados processos baseados em evidências sugeridos nas recomendações da American Academy of Otolaryngology Head and Neck Surgery (dexametasona perioperatória e não uso de antibióticos) e os resultados (reconsultas no intervalo de 30 dias após cirurgia por complicação de amigdalectomia). Foram analisadas as taxas ao longo dos períodos pré-diretrizes e pós-diretrizes e depois por mês ao longo do tempo usando séries temporais interrompidas.
De 111.813 crianças submetidas à amigdalectomia, 54.043 e 57.770 a fizeram nos períodos pré-diretrizes e pós-diretrizes, respectivamente. O uso de dexametasona aumentou de 74,6% no período pré-diretrizes para 77,4% no período pós-diretrizes (p<0,001). O uso de antibióticos diminuiu de 34,7% para 21,8% (p<0,001). Reconsultas por sangramento mantiveram-se estáveis; no entanto, as novas visitas ao hospital por complicações da amigdalectomia aumentaram de 8,2% para 9,0% (p<0,001) devido à dor.
As diretrizes atuais foram associadas com algumas melhorias em processos de cuidados perioperatórios com base em evidências, mas nenhuma melhoria nos resultados. O uso de dexametasona aumentou ligeiramente e o uso de antibióticos diminuiu substancialmente. Reconsultas por complicações relacionadas à amigdalectomia aumentaram modestamente ao longo do tempo devido à dor.
Fonte: Pediatrics, publicação online, de 22 de junho de 2015