NEJM: causas e momento da morte de prematuros extremos
Compreender as causas e o tempo de morte de prematuros extremos pode orientar os esforços de investigação e informar um melhor aconselhamento de famílias que passam por esta situação.
Foram analisados prospectivamente os dados coletados sobre 6.075 mortes entre 22.248 nascidos vivos, com idade gestacional de 22 0/7 e 28 6/7 semanas, entre recém-nascidos nascidos em hospitais universitários no âmbito do National Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research Network. Os pesquisadores compararam causas de mortalidade1 intra-hospitalar, globais e específicas, em três períodos de 2000 a 2011, com ajustes para diferenças iniciais.
O número de mortes por 1.000 nascidos vivos foi de 275 (intervalo de confiança de 95% [IC 95%], 264-285) de 2000 a 2003 e 285 (IC 95%, 275-295) a partir de 2004 a 2007; o número diminuiu para 258 (IC 95%, 248-268), no período de 2008-2011 (P=0,003 para a comparação entre os três períodos). Houve menos mortes pulmonares atribuídas à síndrome2 do desconforto respiratório e à displasia broncopulmonar3 em 2008-2011 do que em 2000-2003 e 2004-2007 (68 [IC 95%, 63 a 74] versus 83 [IC 95%, 77 a 90] e 84 [IC 95%, 78 a 90] por 1.000 nascidos vivos, respectivamente; P = 0,002). Da mesma forma, em 2008-2011, em comparação com 2000-2003, houve quedas em mortes atribuídas à imaturidade (P=0,05), óbitos complicados por infecção4 (P=0,04) ou lesões5 do sistema nervoso central6 (P<0,001); no entanto, houve um aumento no número de mortes atribuídas à enterocolite necrosante7 (30 [IC 95%, de 27 a 34] versus 23 [IC de 95%, de 20 a 27], P=0,03). No geral, 40,4% das mortes ocorreram dentro de 12 horas após o nascimento e 17,3% ocorreram após 28 dias de vida.
Concluiu-se que, de 2000 até 2011, a mortalidade1 global declinou entre prematuros extremos. Mortes relacionadas a causas pulmonares, imaturidade, infecção4 e lesão8 do sistema nervoso central6 diminuíram, enquanto mortes relacionadas à enterocolite necrosante7 aumentaram. O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health e publicado pelo The New England Journal of MEdicine (NEJM).
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), de 22 de janeiro de 2015