Ingestão de álcool durante a gravidez pode reduzir a concentração do esperma futuro do bebê, segundo publicação da Reunião Anual da ESHRE
Gestantes que bebem álcool durante a gravidez1 podem reduzir a concentração futura do esperma2 de seus filhos, segundo nova pesquisa apresentada na 26ª reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução3 Humana e Embriologia (European Society of Human Reproduction and Embryology - ESHRE), que ocorreu em Roma, na Itália, em junho de 2010.
Em estudo observacional, médicos da Dinamarca verificaram que mães que ingeriram 4,5 ou mais drinks por semana durante a gestação reduziram a concentração do esperma2 de seus filhos. Esta concentração foi medida cerca de vinte anos após as gestações. A contagem de espermatozoides4 é cerca de um terço mais baixa em comparação a homens que não tiveram exposição ao álcool no período de vida intra-uterino (na gestação). Um drink é a medida de doze gramas de álcool, o equivalente a 330 mL de cerveja, 120 mL de vinho ou 40 mL de destilados.
No estudo foram observadas alterações no volume total do sêmen5 e na contagem total dos espermatozoides4, mas não foram vistas associações entre a exposição intra-uterina ao álcool e o movimento ou a forma dos espermatozoides4, ou com qualquer hormônio6 reprodutivo como a testosterona.
Trata-se de um estudo observacional, por isso não se pode dizer com certeza se o álcool é a causa da baixa concentração do esperma2, mas o consumo de álcool durante a gestação pode ter um efeito negativo sobre os tecidos de produção fetal de sêmen5 e na qualidade do esperma2 no futuro. Este é o primeiro estudo a fazer esta observação e mais pesquisas nesta área são necessárias antes de se estabelecer uma associação causal ou propor limites seguros de ingestão de álcool durante a gestação.
Fonte: European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE) - Annual Meeting, Roma, Junho de 2010