Obesidade e lesão miocárdica subclínica podem estar relacionadas à incidência de insuficiência cardíaca, publicado pelo JACC
O presente estudo procurou avaliar a associação da obesidade1 com um biomarcador de lesão2 miocárdica subclínica, a troponina T cardíaca, medida por um novo ensaio de alta sensibilidade (hs-cTnT), entre adultos sem doença cardiovascular (DCV) clínica. O trabalho foi publicado pelo Journal of the American College of Cardiology: Heart Failure (JACC).
Evidências laboratoriais sugerem uma relação entre obesidade1 e lesão2 miocárdica que pode desempenhar um papel no desenvolvimento da insuficiência cardíaca3 (IC), mas há dados clínicos limitados sobre essa associação até o momento.
Foram avaliados 9.507 participantes sem DCV, no estudo Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC). Os pesquisadores avaliaram a associação do índice de massa corporal4 (IMC5), com níveis altos (≥14 ng/l) e mensuráveis (≥3 ng/l) de hs-cTnT após regressão multivariada. Foram avaliadas ainda as associações independentes e combinadas do IMC5 e dos níveis de hs-cTnT com a incidência6 de insuficiência cardíaca3.
Os resultados mostraram que um IMC5 maior foi independentemente associado a um aumento positivo e linear na probabilidade de níveis altos de hs-cTnT, com obesidade1 grave (IMC5>35 kg/m²) associada a um odds ratio de 2,20 (intervalo de confiança de 95%: 1,59-3,06) para altos níveis de hs-cTnT após os ajustes necessários. Ao longo de 12 anos de acompanhamento, houve 869 eventos incidentes7 de insuficiência cardíaca3. Obesidade1 e hs-cTnT foram ambos associados de forma independente com insuficiência cardíaca3 incidente8 e os indivíduos com obesidade1 grave e altos níveis de hs-cTnT tiveram um risco nove vezes maior de insuficiência cardíaca3 incidente8 (hazard ratio: 9,20 [intervalo de confiança de 95%: 5,67-14,93]) do que os indivíduos com peso normal e níveis de hs-cTnT indetectáveis.
Concluiu-se que os indivíduos sem DCV, com maiores índices de massa corporal têm uma associação independente e linear com lesão2 miocárdica subclínica, avaliada por níveis de hs-cTnT. A obesidade1 e os níveis de hs-cTnT fornecem informações independentes e complementares em relação ao prognóstico9 de risco para a insuficiência cardíaca3 incidente8.
Fonte: JACC Heart Failure, publicação online de outubro de 2014