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Gestação: exercícios reduzem o peso do bebê ao nascer e podem ajudar na prevenção da obesidade futura, segundo artigo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism

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Atividades físicas regulares durante a gravidez1 estão associadas ao peso discretamente mais baixo dos bebês2 ao nascer e podem ajudar a prevenir a obesidade3 futura, segundo estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

Foi realizado um estudo randomizado4 e controlado com oitenta e quatro mulheres (de 26 a 34 anos, índice de massa corporal5 (IMC6) médio de 25,5 mais ou menos 4 kg/m²) em sua primeira gestação. As participantes realizaram exercícios aeróbicos de moderada intensidade pedalando por 40 minutos em bicicletas ergométricas em casa, no máximo 5 vezes na semana, e foram comparadas a um grupo controle que manteve suas atividades rotineiras sem alterações durante o período estudado. Não foram incluídas no estudo mulheres de gravidez1 de alto risco. O objetivo era determinar os efeitos dos exercícios aeróbicos regulares durante a 20ª e a 36ª semanas de gestação em relação à sensibilidade materna à insulina7 e os resultados para o recém-nascido.

Paul Hofman e colaboradores das universidades de Auckland e do norte do Arizona observaram que os recém-nascidos de mães que se exercitaram durante a gravidez1 apresentaram peso corporal discretamente menor e IMC6 mais baixo quando comparados àqueles nascidos de mães que não praticaram exercícios, além de apresentarem níveis mais baixos de IGF-I e IGF-II no sangue do cordão umbilical8. A sensibilidade materna à insulina7 não foi afetada pelos exercícios. O peso corporal, apesar de mais baixo, é muito saudável para os bebês2 e pode ajudar a evitar a obesidade3 futura nestas crianças.

Os resultados mostram que atividades físicas regulares durante a gravidez1 estão associadas com peso discretamente mais baixo dos bebês2 ao nascer e concentrações menores de peptídeos relacionados ao crescimento no sangue do cordão umbilical8, sugerindo uma influência dos exercícios na regulação hormonal do crescimento. Estes efeitos no crescimento dos recém-nascidos não estão associados aos efeitos das atividades físicas na sensibilidade materna à insulina7. Não houve diferença no comprimento dos recém-nascidos nos dois grupos, na duração da gestação ou no peso corporal materno.

Para a maioria das gestantes saudáveis, a pesquisa reforça a recomendação de pelo menos 30 minutos de atividades físicas moderadas ao menos cinco vezes na semana. Alguns estudos já demonstraram que a prática de até 60 minutos diários geralmente é segura para a maioria das grávidas sem contra-indicação aos exercícios.

 

Fonte: The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism de 24 de março de 2010

NEWS.MED.BR, 2010. Gestação: exercícios reduzem o peso do bebê ao nascer e podem ajudar na prevenção da obesidade futura, segundo artigo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/57544/gestacao-exercicios-reduzem-o-peso-do-bebe-ao-nascer-e-podem-ajudar-na-prevencao-da-obesidade-futura-segundo-artigo-publicado-no-journal-of-clinical-endocrinology-amp-metabolism.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.

Complementos

1 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
2 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
3 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
4 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
5 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
6 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
7 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
8 Sangue do Cordão Umbilical: Sangue do feto. A troca de nutrientes e de resíduos entre o sangue fetal e o materno ocorre através da PLACENTA. O sangue do cordão é o sangue contido nos vasos umbilicais (CORDÃO UMBILICAL) no momento do parto.
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