Aumento nos níveis glicêmicos faz crescer o risco de casos novos e fatais de câncer, segundo dados do Metabolic Syndrome and Cancer Project (Me-Can)
Artigo descrevendo os resultados do projeto Metabolic Syndrome and Cancer1 Project (Me-Can), publicado no periódico PLoS Medicine, mostra que alterações no metabolismo2 de glicose3, independente do IMC4, estão associadas ao aumento no risco de câncer1 como um todo e em vários locais específicos.
Tanja Stocks e colaboradores fizeram uma análise prospectiva de seis coortes europeias e confirmaram que o metabolismo2 anormal de glicose3 está associado ao aumento do risco de câncer1 como um todo e em locais específicos.
Estudos prospectivos já indicaram que níveis elevados de glicose3 podem estar ligados ao aumento do risco de câncer1, mas a força desta associação ainda não está clara.
O Metabolic syndrome and Cancer1 project (Me-Can) incluiu coortes da Noruega, Áustria e Suécia, com 274.126 homens e 275.818 mulheres. A idade média foi de 44,8 anos e o tempo de seguimento foi de 10,4 anos. Excluindo o primeiro ano de seguimento, 11.664 mulheres e 18.621 homens foram diagnosticados com câncer1 e 6.973 homens e 3.088 mulheres morreram de câncer1. Foi usado o modelo de regressão de Cox para calcular o risco relativo (RR) para os níveis de glicose3 e incluídos ajustes para o índice de massa corporal5 (IMC4) e o hábito de fumar. O RR (intervalo de confiança de 95%) para um aumento de 1mmol/L nos níveis de glicose3 para os casos novos de câncer1 foi de 1.05 para homens e 1.11 para mulheres, e o RR correspondente para os casos fatais de câncer1 foi de 1.15 e 1.21 para homens e mulheres, respectivamente. O aumento significativo do risco em homens foi encontrado para câncer1 novo ou fatal no fígado6, vesícula7 e trato respiratório, para caso novo de câncer1 de tireoide8 e mieloma9 múltiplo e para câncer1 fatal no reto10. Em mulheres, as associações significativas foram encontradas para câncer1 novo ou fatal no pâncreas11, para câncer1 novo na bexiga12 e para câncer1 fatal no corpo e no colo13 uterinos e no estômago14.
As conclusões indicam que o metabolismo2 anormal de glicose3, independente do IMC4, está associado ao aumento no risco de câncer1 como um todo e em vários locais específicos. Os dados mostram associações mais fortes em mulheres do que em homens e mais acentuadas para casos fatais de câncer1 do que para casos novos.