Três pacientes com alopécia areata recuperaram seus cabelos com o medicamento ruxolitinib, publicado pela Nature Medicine
A alopécia1 areata (AA) é uma doença autoimune2 que gera danos ao folículo3 capilar4 pelas células5 T. As vias imunes necessárias para a ativação de células5 T autorreativas na AA não estão definidas, limitando o desenvolvimento de terapias.
Estudos de associação em todo o genoma (GWAS) demonstraram o envolvimento de ligantes do receptor NKG2D (produto do gene KLRK1) na patogênese6 da alopécia1 areata. Neste estudo, publicado pela revista Nature Medicine, os cientistas mostraram que as células5 citotóxicas CD8 + NKG2D + T são necessárias e suficientes para a indução de alopécia1 areata (AA) em cobaias. O perfil global da transcrição da AA na pele7 de ratos e humanos revelou a expressão gênica indicativa de infiltração de células5 T citotóxicas, uma resposta do interferon-γ (IFN-γ) e a regulação positiva de várias cadeias γ (yc) de citocinas8 conhecidas por promover a ativação e a sobrevivência9 de IFN-γ produtoras de células5 T efetoras CD8 + NKG2D + T.
Terapeuticamente, o bloqueio do IFN-γ (mediado por anticorpo10), da interleucina-2 (IL-2) ou do receptor β (IL-15Rβ) da interleucina-15 preveniram o desenvolvimento da doença, reduzindo o acúmulo de células5 T CD8 + NKG2D + T na pele7 e a resposta de IFN na derme11 em um modelo do rato com AA. Inibidores farmacológicos de Janus quinase (JAK), que é uma família de proteínas12 tirosina13 quinases, administrados sistemicamente, que são efetores a jusante14 da família dos receptores de IFN-γ e de citocinas8 yc, eliminaram a assinatura de IFN e impediram o desenvolvimento da AA, enquanto que a administração tópica promoveu o crescimento dos cabelos e reverteu a doença estabelecida. Notavelmente, três pacientes tratados com ruxolitinib oral, um inibidor de JAK1 e JAK2, alcançaram crescimento quase completo dos cabelos dentro de cinco meses de tratamento, o que sugere a utilização clínica potencial de inibidores da JAK em pessoas com AA.
As conclusões são de pesquisadores do Columbia University Medical Center e foram publicadas na revista Nature Medicine.
O ruxolitinib é um medicamento normalmente utilizado para o tratamento de doenças da medula óssea15.
Fonte: Nature Medicine, publicação online, de 17 de agosto de 2014