Gostou do artigo? Compartilhe!

Academia Americana de Pediatria: o que muda em relação ao diagnóstico e tratamento da sinusite bacteriana aguda em crianças e adolescentes após revisão dos guidelines atuais?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Foi realizada uma análise da literatura médica publicada desde a última versão da diretriz de prática clínica para o diagnóstico1 e tratamento de sinusite2 bacteriana aguda em crianças de 1 a 18 anos (2001). Os resultados mostram que o diagnóstico1 de sinusite2 bacteriana aguda é feito quando uma criança com uma infecção3 no trato respiratório superior apresenta-se com:

(1) A doença persistente (coriza4 nasal de qualquer qualidade) ou tosse diurna ou ambos com duração de mais de 10 dias sem apresentar melhora clínica.

(2) Um curso de agravamento (piora ou aparecimento de coriza4 nasal, tosse diurna ou febre5 após melhora inicial).

Ou

(3) Início grave (febre5 com temperatura ≥ 39° C) e secreção nasal purulenta6 por pelo menos três dias consecutivos.

Os médicos não devem solicitar estudos de imagens de qualquer tipo para distinguir a sinusite2 bacteriana aguda da viral, porque eles não contribuem para o diagnóstico1 diferencial entre as duas infecções7, no entanto, uma tomografia computadorizada8 com contraste venoso dos seios paranasais9 deve ser solicitada sempre que uma criança tem suspeita de ter complicações no sistema nervoso central10 ou oftalmológicas.

O médico deve prescrever antibiótico para sinusite2 bacteriana aguda em crianças com início grave ou com agravamento do curso da doença. O médico também deve prescrever antibioticoterapia ou oferecer observação adicional de três dias para crianças com a doença persistente. Amoxicilina com ou sem clavulanato é o tratamento de primeira linha para a sinusite2 bacteriana aguda. Os médicos devem reavaliar o tratamento inicial se existir relato de agravamento da doença (progressão dos sinais11/sintomas12 iniciais ou aparecimento de novos sinais11/sintomas12) ou ausência de melhora dentro de 72 horas após o início do tratamento.

Se o diagnóstico1 de sinusite2 bacteriana aguda é confirmado em uma criança com piora dos sintomas12 ou ausência de melhora clínica, então os médicos podem mudar a antibioticoterapia para a criança que iniciou o tratamento com um antibiótico ou iniciar o tratamento antibiótico para a criança que inicialmente foi observada clinicamente sem o uso de antibiótico.

Concluiu-se que as alterações nesta revisão incluem a adição de um quadro clínico designado como "agravamento do curso da doença", uma opção para o tratamento imediato com a observação da criança com sintomas12 persistentes por três dias antes do início da antibioticoterapia e uma revisão das evidências indicando que os exames de imagem não são necessários em crianças com sinusite2 bacteriana aguda não complicada.

Fonte: Pediatrics, volume 132, de 1° de agosto de 2013

Veja o guideline completo em:

Clinical Practice Guideline for the Diagnosis and Management of Acute Bacterial Sinusitis in Children Aged 1 to 18 Years

 

NEWS.MED.BR, 2013. Academia Americana de Pediatria: o que muda em relação ao diagnóstico e tratamento da sinusite bacteriana aguda em crianças e adolescentes após revisão dos guidelines atuais?. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/370819/academia-americana-de-pediatria-o-que-muda-em-relacao-ao-diagnostico-e-tratamento-da-sinusite-bacteriana-aguda-em-criancas-e-adolescentes-apos-revisao-dos-guidelines-atuais.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.

Complementos

1 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
2 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
3 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
5 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
6 Purulenta: Em que há pus ou cheio de pus; infeccionada. Que segrega pus. No sentido figurado, cuja conduta inspira nojo; repugnante, asqueroso, sórdido.
7 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
8 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
9 Seios paranasais: Seios paranasais são cavidades preenchidas de ar localizadas no interior dos ossos do crânio e da face, que se comunicam com a cavidade nasal.
10 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
Gostou do artigo? Compartilhe!