JAMA: biomarcadores inflamatórios e exacerbações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
As exacerbações dos sintomas1 respiratórios na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) têm profundos efeitos negativos e de longa duração nos pacientes portadores desta patologia2.
Com o objetivo de testar a hipótese de que níveis elevados de marcadores inflamatórios em indivíduos com DPOC estável estão associados a um risco aumentado de ter exacerbações, foi realizado um estudo prospectivo3 de coorte4 que examinou 61.650 participantes do Copenhagen City Heart Study (2001-2003) e do Copenhagen General Population Study (2003-2008) que tinham medidas de espirometria5. Destes, 6.574 tinham DPOC, definida como a relação entre o volume expiratório forçado em um segundo (VEF1) e a capacidade vital forçada6 abaixo de 0,7.
Os níveis basais de Proteína C Reativa (PCR7), fibrinogênio8 e contagem de leucócitos9 (biomarcadores inflamatórios) foram medidos quando os participantes não estavam com sintomas1 de exacerbação. As exacerbações foram definidas como:
- Monoterapia de curta duração com corticosteroides orais.
- Uso de corticoide oral em combinação com um antibiótico.
- Admissão hospitalar por sintomas1 respiratórios exacerbados da DPOC.
Os níveis de PCR7, fibrinogênio8 e a contagem de leucócitos9 foram definidos como altos ou baixos de acordo com os pontos de corte de 3 mg/L, 14 nmol/L e 9x109/l, respectivamente.
Os resultados mostraram que níveis simultaneamente elevados de PCR7, fibrinogênio8 e contagem de leucócitos9 em indivíduos com DPOC foram associados a um risco aumentado de ter exacerbações, mesmo em pessoas com DPOC mais suave e naquelas sem exacerbações anteriores. Ainda se faz necessária uma investigação mais profunda para determinar o valor clínico destes biomarcadores para a estratificação de risco.