Mamografia de triagem pode não salvar vidas com o diagnóstico precoce do câncer de mama, de acordo com artigo publicado pelo Archives of Internal Medicine
Artigo publicado no Archives of Internal Medicine mostra que, apesar de várias mulheres acreditarem que “a mamografia1 salvou sua vida”, a maioria das que tiveram câncer2 de mama3 detectado pela triagem do tumor4 por mamografia1 não tiveram suas vidas salvas. Pelo contrário, elas receberam um diagnóstico5 precoce (sem efeito em relação à mortalidade6) ou foram sobrediagnosticadas.
O trabalho publicado avaliou, através de um método simples, a estimativa de probabilidade de uma mulher com câncer2 detectado pela mamografia1 de triagem ter sua vida salva por este diagnóstico5. Foi usado o software DevCan, do National Cancer2 Institute, para análise de Vigilância Epidemiológica e dos resultados finais dos dados, estimando-se o risco de diagnóstico5 do tumor4 em dez anos e o risco de morte em vinte anos – prazo longo o suficiente para analisar os benefícios da triagem.
Usando estimativas sobre a capacidade da mamografia1 de triagem reduzir a mortalidade6 no câncer2 de mama3, estimou-se o risco de morrer da doença na presença e na ausência de mamografia1 em mulheres de várias idades (40, 50, 60 e 70 anos).
Assumindo que a mamografia1 de triagem reduza o risco de morte por câncer2 de mama3 em 20%, para uma mulher de 50 anos o risco observado de desenvolver câncer2 de mama3 nos próximos 10 anos é de 2.990 em 100 mil. Nesta faixa etária, 64% dos tumores de mama3 são encontrados na mamografia1, sugerindo que o risco de ter um tumor4 detectado pela mamografia1 de triagem nos próximos 10 anos é de 1.990 em 100 mil. E a probabilidade de morte pelo tumor4 em 20 anos é de 990 em 100 mil. Assumindo que a mamografia1 já reduziu este risco em 20%, o risco de morte na ausência de triagem seria de 1.240 em 100 mil, o qual sugere que o benefício acumulado em relação à mortalidade6 é de 250 em 100 mil. Então, a probabilidade de uma mulher de 50 anos com um câncer2 de mama3 detectado pela mamografia1 evitar a morte por este tumor4 por causa da mamografia1 é de 13% (250/1910). Este número cai para 3% se a mamografia1 reduzir a mortalidade6 do câncer2 de mama3 em 5%.
Os pesquisadores concluíram que a maioria das mulheres com câncer2 de mama3 detectado na mamografia1 de trigem não tiveram suas vidas salvas pelo exame. Ao invés disso, os tumores foram diagnosticados precocemente (sem nenhum efeito sobre a mortalidade6) ou foram superdiagnosticados.
Fonte: Archives of Internal Medicine, publicação online de 24 de outubro de 2011