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Gravidez: hipertensão arterial subjacente é pior que o uso de anti-hipertensivos no primeiro trimestre da gestação para riscos de malformações congênitas, segundo artigo do BMJ

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Mulheres grávidas e seus filhos nascidos vivos (465.754 pares de mães-bebês1), da organização de cuidados com a saúde2 Kaiser Permanente, no norte da Califórnia, no período de 1995 a 2008, participaram do estudo de coorte3 retrospectivo4 que avaliou o uso de inibidores da enzima5 conversora da angiotensina (IECA) durante o primeiro trimestre da gravidez6 e o risco de malformações7 nos bebês1.

A prevalência8 de uso de inibidores da ECA no primeiro trimestre da gravdez foi de 0,9/1000, e o uso de outros medicamentos anti-hipertensivos foi de 2,4/1000. Após ajustes para idade materna, etnia, paridade e obesidade9, o uso de inibidores da ECA durante o primeiro trimestre da gestação parece estar associado com risco aumentado de defeitos cardíacos congênitos10 nos recém-nascidos em comparação com os controles normais (aqueles sem hipertensão11 ou uso de qualquer anti-hipertensivo durante a gravidez6). Uma associação semelhante foi observada para o uso de outros anti-hipertensivos e casos de defeitos cardíacos congênitos10. No entanto, em comparação com controles com hipertensão11 (aqueles com diagnóstico12 de hipertensão arterial13, mas sem o uso de anti-hipertensivos), sem utilizar inibidores da ECA ou de outros anti-hipertensivos, no primeiro trimestre, foi encontrado aumento do risco de defeitos congênitos14 do coração15 nos recém-nascidos.

Concluiu-se que o uso materno de inibidores da ECA no primeiro trimestre da gestação tem um perfil de risco semelhante ao uso de outros anti-hipertensivos sobre as malformações7 nos recém-nascidos vivos. O risco aparente de malformações7 associadas ao uso de inibidores da ECA (e outros anti-hipertensivos) no primeiro trimestre da gestação é maior devido à hipertensão11 subjacente, ao invés de ser maior com o uso de medicamentos neste período da gravidez6.

Fonte: British medical Journal - BMJ

 

 

NEWS.MED.BR, 2011. Gravidez: hipertensão arterial subjacente é pior que o uso de anti-hipertensivos no primeiro trimestre da gestação para riscos de malformações congênitas, segundo artigo do BMJ. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/244710/gravidez-hipertensao-arterial-subjacente-e-pior-que-o-uso-de-anti-hipertensivos-no-primeiro-trimestre-da-gestacao-para-riscos-de-malformacoes-congenitas-segundo-artigo-do-bmj.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.

Complementos

1 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
4 Retrospectivo: Relativo a fatos passados, que se volta para o passado.
5 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
6 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
7 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
8 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
9 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
10 Congênitos: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
12 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
13 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
14 Defeitos congênitos: Problemas ou condições que estão presentes ao nascimento.
15 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
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