The Lancet: 50% dos participantes de pesquisa com brasileiros e norte-americanos apresentaram o vírus HPV
O estudo foi realizado em 1.159 homens do Brasil, México e Estados Unidos. Os resultados publicados no periódico The Lancet mostram 50% dos participantes infectados pelo papilomavírus humano (HPV), vírus1 que pode causar câncer2 no pênis3 e no ânus4. O vírus1 tem transmissão sexual e é mais conhecido pelas mulheres pela possibilidade de causar displasias ou câncer2 no colo do útero5 e verrugas genitais.
A história natural da infecção6 por este vírus1 em homens não é bem conhecida e esta informação é importante para as estratégias de prevenção da doença.
A Dra. Anna Giuliano, do Instituto de Pesquisa e Centro de Câncer2 H Lee Moffitt, em Tampa, na Flórida, e colaboradores estudaram cerca de 1100 homens, entre 18 e 70 anos (idade média de 32 anos), residentes do Brasil, México ou Estados Unidos, HIV7 negativos e sem relato de câncer2, verrugas penianas ou anais no início da pesquisa. Eles foram avaliados a cada seis meses durante um período médio de 27,5 meses. Foram coletadas amostras de material do pênis3 e da bolsa escrotal para análise laboratorial do HPV. Nestes exames, 50% dos participantes apresentaram infecção6 pelo HPV em algum momento.
A infecção6 por cepas8 virais oncogênicas foi significativamente associada ao fato de ter várias parceiras sexuais femininas ao longo da vida e ao número de parceiros sexuais masculinos com prática de sexo anal (pelo menos três parceiros versus nenhum parceiro recente). A duração média da infecção6 pelo HPV foi de 7,5 meses para qualquer cepa9 de HPV e 12 meses para o sorotipo 16.
Atualmente o U.S. Centers for Disease Control and Prevention recomenda a vacinação contra HPV para meninas entre 11 e 26 anos. No Brasil, desde 2006, a vacina10 que protege contra a infecção6 pode ser aplicada em mulheres entre 9 e 26 anos.
Os dados do estudo mostram que seria interessante homens receberem a vacina10, pois protegeria a eles e aos seus parceiros (ou parceiras) sexuais.
Fonte: The Lancet – Publicação online de 1° de março de 2011