Estudo conclui que o uso de álcool, mesmo em doses moderadas, aumenta risco de câncer mama
O consumo de álcool, mesmo em doses moderadas (um a dois drinques por dia), pode aumentar os riscos das mulheres desenvolverem o tipo mais comum de câncer1 de mama2, segundo estudo apresentado no Encontro Anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer1 de 2008.
Realizada na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, a pesquisa indica que o álcool contribui para o desenvolvimento de tumores classificados como positivos para receptores de estrogênio e de progesterona (ER+/PR+) – responsáveis por 70% dos casos de câncer1 de mama2.
O artigo de revisão analisou informações sobre o consumo de álcool de cerca de 185 mil mulheres na pós-menopausa3 ao longo de sete anos. Os pesquisadores identificaram a incidência4 de câncer1 de mama2 entre as mulheres que participaram da pesquisa e observaram 5,4 mil casos, dos quais 2,4 mil seriam do câncer1 sensível aos hormônios (ER+/PR+). Finalmente, os cientistas compararam o padrão de consumo de álcool com os casos da doença para chegar aos resultados da pesquisa, os quais mostram que o álcool afeta o metabolismo5 do estrogênio, que aumenta o risco de desenvolvimento de tumores de mama2 sensíveis aos hormônios.
O risco de desenvolver a doença aumenta de acordo com a quantidade de álcool consumido. Mulheres que bebem de forma moderada, ou seja, uma ou duas doses diárias, aumentam em 32% as chances de desenvolver tumores. As que bebem menos de uma dose diária aumentam o risco em 7%. As que consomem três ou mais doses diárias podem aumentar em até 51% os riscos de desenvolver a doença.
O consumo de álcool, juntamente com outros fatores de risco já conhecidos, como a terapia de reposição hormonal, devem ser avaliados, como recomenda Jasmine Lew, coordenadora da pesquisa. Apesar da ampla análise sobre os tumores ER+/PR+, ainda não é possível afirmar se o consumo de álcool influencia também o desenvolvimento de outros tipos de câncer1 de mama2.