Estudo confirma eficácia e segurança do ácido bempedoico entre pacientes com e sem diabetes
As estatinas reduzem o colesterol1 LDL2 e os eventos cardiovasculares entre aqueles com ou sem diabetes3, mas foi relatado que aumentam o diabetes3 de início recente. O ensaio CLEAR Outcomes demonstrou que o ácido bempedoico reduziu o risco de eventos cardiovasculares adversos maiores entre pacientes intolerantes a estatinas com alto risco cardiovascular.
Nesta análise pré-especificada, publicada no The Lancet Diabetes3 & Endocrinology, os objetivos duplos foram avaliar os benefícios cardiovasculares do ácido bempedoico, um inibidor da ATP4 citrato-liase, em indivíduos com diabetes3, e avaliar o risco de diabetes3 de início recente e a HbA1c5 entre aqueles sem diabetes3 no ensaio clínico CLEAR Outcomes.
Leia sobre "Diabetes tipo 26", "Entendendo o colesterol1 do organismo" e "Doenças cardiovasculares7".
O CLEAR Outcomes foi um ensaio randomizado8, duplo-cego e controlado por placebo9, realizado em 1.250 centros de atendimento primário e ambulatorial em 32 países. Pacientes com ou sem doença cardiovascular que não quiseram ou não puderam tomar as doses de estatinas recomendadas pelas diretrizes e com um colesterol1 LDL2 de 2,59 mmol/L10 ou mais foram randomizados (1:1) de maneira duplo-cega para receber ácido bempedoico 180 mg uma vez ao dia ou placebo9.
Nesta análise pré-especificada, o objetivo de eficácia foi uma análise do tempo até o evento de quatro componentes de evento cardiovascular adverso maior (ECAM-4), que é o composto de morte cardiovascular, infarto do miocárdio11 não fatal, acidente vascular cerebral12 não fatal ou revascularização coronariana, usando a população com intenção de tratar estratificada pelo estado de glicemia13 basal. A análise pré-especificada do risco de diabetes3 de início recente e aumento da HbA1c5 foi avaliada em pacientes sem diabetes3 no início do estudo. O ensaio foi concluído em 7 de novembro de 2022.
Entre 22 de dezembro de 2016 e 7 de novembro de 2022, 13.970 pacientes foram selecionados e distribuídos aleatoriamente; 6.373 (45,6%) com diabetes3, 5.796 (41,5%) com pré-diabetes14 e 1.801 (12,9%) com normoglicemia.
Durante uma mediana de 3,4 anos de acompanhamento, os pacientes com diabetes3 tiveram reduções significativas do risco cardiovascular relativo e absoluto nos desfechos ECAM-4 com ácido bempedoico (HR 0,83; IC 95% 0,72-0,95; redução absoluta do risco de 2,4%) em comparação com o placebo9, sem evidência estatística de modificação do efeito nos estratos glicêmicos (p para interação = 0,42).
A proporção de pacientes que desenvolveram diabetes3 de início recente foi semelhante entre os grupos de ácido bempedoico e placebo9, com 429 de 3.848 (11,1%) com ácido bempedoico versus 433 de 3.749 (11,5%) com placebo9 (HR 0,95; IC 95% 0,83-1,09).
As concentrações de HbA1c5 no mês 12 e no final do estudo foram semelhantes entre os grupos randomizados em pacientes que tinham pré-diabetes14 e normoglicemia. As concentrações de colesterol1 LDL2 e a proteína C reativa de alta sensibilidade corrigidas por placebo9 aos 6 meses foram reduzidas em cada estrato glicêmico (diabetes3, pré-diabetes14 e normoglicemia) para pacientes15 aleatoriamente designados para receber ácido bempedoico (todos p <0,001).
O estudo concluiu que, entre os pacientes com diabetes3, o ácido bempedoico reduz o colesterol1 LDL2 e a proteína C reativa de alta sensibilidade e o risco de eventos cardiovasculares. Os pacientes sem diabetes3 não tiveram aumento de diabetes3 de início recente ou agravamento da HbA1c5 com ácido bempedoico.
A eficácia e o perfil de segurança cardiometabólica do ácido bempedoico o tornam uma opção clínica para pessoas com e sem diabetes3.
Veja também sobre "Estatinas: prós e contras", "Complicações do diabetes16" e "Dislipidemia - informações necessárias".
Fonte: The Lancet Diabetes3 & Endocrinology, Vol. 12, Nº 1, em janeiro de 2024.