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Maior preservação de peptídeo C melhora os resultados metabólicos no diabetes tipo 1 de início recente

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Os resultados metabólicos no diabetes tipo 11 permanecem abaixo do ideal. A terapia modificadora da doença para prevenir a perda de células2 β apresenta uma estrutura de tratamento alternativa, mas o efeito nos resultados metabólicos não é claro.

O objetivo deste estudo, publicado no The Lancet Diabetes3 & Endocrinology, foi definir a relação entre o peptídeo C4 da insulina5 como um marcador da função das células2 β e os resultados metabólicos no diabetes tipo 11 de início recente.

Leia sobre "Quatro vezes mais anos de vida perdidos para diabetes tipo 11 do que para diabetes tipo 26".

Foram combinados 21 ensaios de intervenções modificadoras da doença dentro de 100 dias após o diagnóstico7 de diabetes tipo 11, compreendendo 1.315 adultos (ou seja, aqueles com 18 anos ou mais) e 1.396 crianças (ou seja, aquelas com menos de 18 anos).

Os desfechos avaliados foram área sob a curva de peptídeo C4 estimulado, HbA1c8, uso de insulina5, eventos hipoglicêmicos e pontuações compostas (como A1c9 ajustada à dose de insulina5, insulina5 diária total, U/kg por dia e pontuação BETA-2).

Os estudos positivos foram definidos como aqueles que atingiram o seu objetivo primário. As diferenças nos resultados entre os grupos ativo e controle foram avaliadas usando o teste de classificação de Wilcoxon.

Seis meses após o tratamento, uma preservação 24,8% maior de peptídeo C4 em estudos positivos foi associada a uma HbA1c8 0,55% menor (p <0,0001), sendo as diferenças detectáveis já aos 3 meses.

A análise transversal, combinando estudos positivos e negativos, foi consistente com esta proporcionalidade: uma melhoria de 55% na preservação do peptídeo C4 foi associada a uma redução de 0,64% na HbA1c8 (p <0,0001).

Níveis iniciais mais elevados de peptídeo C4 e maior preservação foram associados a maior melhora na HbA1c8.

Para HbA1c8, A1c9 ajustada à dose de insulina5 e pontuação BETA-2, as previsões do tamanho da amostra indicaram que seriam necessários 2 a 3 vezes mais participantes por grupo para mostrar uma diferença aos 6 meses em comparação com o peptídeo C4.

A detecção de uma redução na hipoglicemia10 foi afetada pelos métodos de notificação.

O estudo concluiu que as intervenções que preservam a função das células2 β são eficazes na melhoria dos resultados metabólicos no diabetes tipo 11 de início recente, confirmando o seu potencial como adjuvantes da insulina5.

Mostrou-se que as melhorias na HbA1c8 são diretamente proporcionais ao grau de preservação do peptídeo C4, quantificando essa relação e apoiando o uso de peptídeos C como desfecho substituto em ensaios clínicos11.

Veja também sobre "Opções de tratamentos para o diabetes3", "Hemoglobina glicosilada12" e "Como usar insulina5".

 

Fonte: The Lancet Diabetes3 & Endocrinology, Vol. 11, Nº 12, em dezembro de 2023.

 

NEWS.MED.BR, 2023. Maior preservação de peptídeo C melhora os resultados metabólicos no diabetes tipo 1 de início recente. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1462472/maior-preservacao-de-peptideo-c-melhora-os-resultados-metabolicos-no-diabetes-tipo-1-de-inicio-recente.htm>. Acesso em: 27 abr. 2024.

Complementos

1 Diabetes tipo 1: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada por deficiência na produção de insulina. Ocorre quando o próprio sistema imune do organismo produz anticorpos contra as células-beta produtoras de insulina, destruindo-as. O diabetes tipo 1 se desenvolve principalmente em crianças e jovens, mas pode ocorrer em adultos. Há tendência em apresentar cetoacidose diabética.
2 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
3 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
4 Peptídeo C: (Connecting peptide) Substância que o pâncreas libera para a corrente sangüínea em igual quantidade de insulina. Indiretamente, indica a secreção de insulina pelo pâncreas. Um teste com baixos níveis de peptídeo C demonstra deficiência de secreção da insulina. Valores abaixo de 1,2 ng/ml indicam deficiência severa de insulina e necessidade de administração de insulina para o tratamento do diabetes.
5 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
6 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
7 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
8 HbA1C: Hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada, glico-hemoglobina ou HbA1C e, mais recentemente, apenas como A1C é uma ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos. Atualmente, a manutenção do nível de A1C abaixo de 7% é considerada um dos principais objetivos do controle glicêmico de pacientes diabéticos. Algumas sociedades médicas adotam metas terapêuticas mais rígidas de 6,5% para os valores de A1C.
9 A1C: O exame da Hemoglobina Glicada (A1C) ou Hemoglobina Glicosilada é um teste laboratorial de grande importância na avaliação do controle do diabetes. Ele mostra o comportamento da glicemia em um período anterior ao teste de 60 a 90 dias, possibilitando verificar se o controle glicêmico foi efetivo neste período. Isso ocorre porque durante os últimos 90 dias a hemoglobina vai incorporando glicose em função da concentração que existe no sangue. Caso as taxas de glicose apresentem níveis elevados no período, haverá um aumento da hemoglobina glicada. O valor de A1C mantido abaixo de 7% promove proteção contra o surgimento e a progressão das complicações microvasculares do diabetes (retinopatia, nefropatia e neuropatia).
10 Hipoglicemia: Condição que ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, freqüentemente abaixo de 70 mg/dL, com aparecimento rápido de sintomas. Os sinais de hipoglicemia são: fome, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, sudorese, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma. É tratada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos como pastilhas ou sucos com glicose. Pode também ser tratada com uma injeção de glucagon caso a pessoa esteja inconsciente ou incapaz de engolir. Também chamada de reação à insulina.
11 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
12 Hemoglobina glicosilada: Hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada, glico-hemoglobina ou HbA1C e, mais recentemente, apenas como A1C é uma ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos. Atualmente, a manutenção do nível de A1C abaixo de 7% é considerada um dos principais objetivos do controle glicêmico de pacientes diabéticos. Algumas sociedades médicas adotam metas terapêuticas mais rígidas de 6,5% para os valores de A1C.
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