Herpes genital foi associado ao encolhimento acelerado do cérebro
Pessoas que testaram positivo para o vírus1 por trás do herpes genital tendem a ter uma espessura reduzida da camada cerebral mais externa, que tem sido associada à doença de Alzheimer2.
Os achados são de um estudo publicado no Journal of the Neurological Sciences, e sugerem que a infecção3 pode aumentar o risco de declínio cognitivo4 e até da doença de Alzheimer5.
No artigo, os pesquisadores relatam que a sorologia do vírus1 herpes simplex 2 está associada à maior finura do córtex de todo o cérebro6 em idosos residentes na comunidade.
Eles contextualizam que trabalhos anteriores no Northern Manhattan Study (NOMAS) identificaram cognição7 prejudicada em análises transversais e declínio mais rápido da memória em indivíduos com evidência de exposições anteriores a doenças infecciosas comuns.
Neste estudo, procurou-se determinar a relação transversal entre a exposição prévia a citomegalovírus8, vírus1 herpes simplex 1 e 2, Chlamydia pneumoniae e Helicobacter pylori e três assinaturas de ressonância magnética9 (espessura cortical de todo o cérebro6, uma assinatura previamente validada de Doença de Alzheimer2 e volume do hipocampo10) em 455 participantes do NOMAS, com idade média de 70 anos.
Realizou-se análises de regressão linear ajustada por fatores de confusão entre as pontuações de neuroimagem e as sorologias contínuas e a soropositividade categórica de cada patógeno, bem como um índice de carga infecciosa combinado.
Leia sobre "Herpes genital", "Herpes Simples", "Doenças nervosas degenerativas11" e "Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)".
Identificou-se que o aumento das concentrações sorológicas do vírus1 herpes simplex 2 (HSV-2) estava associado à redução da espessura cortical do cérebro6 inteiro, e uma pontuação combinada de HSV-2 e C. pneumoniae exibiu um efeito aditivo na redução da espessura cortical.
Essas descobertas sugerem que a soropositividade para o vírus1 herpes simplex 2 pode contribuir para o envelhecimento acelerado do cérebro6, possivelmente resultando em um aumento da vulnerabilidade ao comprometimento cognitivo4 e a doenças neurodegenerativas em populações idosas.
Fonte: Journal of the Neurological Sciences, Vol. 454, em 15 de novembro de 2023.