Terapia de ultrassom não invasiva se mostrou viável para o tratamento da estenose aórtica sintomática grave
A estenose1 aórtica calcificada é comumente tratada com substituição cirúrgica ou transcateter da válvula aórtica; no entanto, muitos pacientes não são considerados candidatos adequados para essas intervenções devido a comorbidades2 graves e expectativa de vida3 limitada. Como tal, as terapias não invasivas podem oferecer possibilidades terapêuticas alternativas nestes pacientes.
Este estudo, publicado no The Lancet, teve como objetivo avaliar a segurança da terapia de ultrassom não invasiva e sua capacidade de melhorar a função valvar, suavizando o tecido4 valvar calcificado.
Esta série prospectiva, multicêntrica e de braço único inscreveu 40 pacientes adultos com estenose1 de válvula aórtica sintomática5 grave em três hospitais na França, Holanda e Sérvia entre 13 de março de 2019 e 8 de maio de 2022.
Os pacientes foram tratados com terapia de ultrassom não invasiva administrada transtoracicamente. Os acompanhamentos foram agendados para 1, 3, 6, 12 e 24 meses. Os desfechos primários foram mortes relacionadas ao procedimento em 30 dias e melhora da função valvar. Relatou-se os dados de 6 meses.
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Foram incluídos 40 pacientes de alto risco com pontuação média da Society of Thoracic Surgeons de 5,6% (DP 4,4) e múltiplas comorbidades2 graves. O desfecho primário, mortalidade6 relacionada ao procedimento, não ocorreu; além disso, não foram relatados eventos cerebrovasculares ou com risco de vida.
A melhora da função valvar foi confirmada até os 6 meses, refletida por um aumento de 10% na área valvar aórtica média, de 0,58 cm² (DP 0,19) no início do estudo para 0,64 cm² (0,21) no acompanhamento (p = 0,0088), e uma diminuição de 7% no gradiente de pressão médio, de 41,9 mmHg (20,1) para 38,8 mmHg (17,8; p = 0,024).
Aos 6 meses, a pontuação da New York Heart Association melhorou ou estabilizou em 24 (96%) dos 25 pacientes, e a pontuação média do Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire melhorou em 33%, de 48,5 (DP 22,6) para 64,5 (21,0).
Um evento adverso grave relacionado ao procedimento ocorreu em um paciente que apresentou uma diminuição transitória na saturação periférica de oxigênio. Os eventos adversos não graves incluíram dor, desconforto durante o tratamento e arritmias7 transitórias.
Esta nova terapia de ultrassom não invasiva para estenose1 aórtica calcificada provou ser segura e viável.
Fonte: The Lancet, publicação em 13 de novembro de 2023.