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Pessoas com rinite alérgica têm uma proporção maior de certa espécie bacteriana em seus narizes

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Se você espirra quando há pólen no ar, a composição de bactérias em seu nariz1 pode ser o problema. As pessoas que têm rinite2 alérgica, ou febre do feno3, têm uma mistura menos diversa de bactérias nasais do que as pessoas sem a doença, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Microbiology.

Segundo os achados, o pólen desencadeia sintomas4 de alergia5, mas as bactérias presentes no nariz1 desempenham um papel importante.

No artigo, os pesquisadores relatam a exacerbação da rinite2 alérgica pela bactéria6 comensal7 Streptococcus salivarius.

A rinite2 alérgica (RA) é uma condição generalizada que afeta a qualidade de vida de milhões de pessoas. A fisiopatologia8 da RA permanece incompletamente compreendida. Em particular, não está claro se os membros da microbiota9 nasal colonizadora contribuem para a RA.

Neste estudo, usando sequenciamento de RNA ribossômico 16S, mostrou-se que o microbioma10 nasal de pacientes com RA (n = 55) mostra diferenças distintas em comparação com indivíduos saudáveis (n = 105), incluindo menor heterogeneidade e maior abundância de uma espécie, Streptococcus salivarius.

Usando modelos ex vivo e in vivo de RA, demonstrou-se que esta bactéria6 comensal7 contribui para o desenvolvimento de RA, promovendo a liberação de citocinas11 inflamatórias e alterações morfológicas no epitélio12 nasal que são características da RA.

Os dados indicam que isso se deve à capacidade da S. salivarius de aderir ao epitélio12 nasal em condições de RA.

O estudo indica o potencial de abordagens antibacterianas direcionadas para terapia da rinite2 alérgica.

Saiba mais sobre "Alergias: quais são as causas", "Rinite2 alérgica - como ela é" e "O que são bactérias".

 

Fonte: Nature Microbiology, publicação em 12 de janeiro de 2023.

 

NEWS.MED.BR, 2023. Pessoas com rinite alérgica têm uma proporção maior de certa espécie bacteriana em seus narizes. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1432870/pessoas-com-rinite-alergica-tem-uma-proporcao-maior-de-certa-especie-bacteriana-em-seus-narizes.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.

Complementos

1 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
2 Rinite: Inflamação da mucosa nasal, produzida por uma infecção viral ou reação alérgica. Manifesta-se por secreção aquosa e obstrução das fossas nasais.
3 Febre do Feno: Doença polínica, polinose, rinite alérgica estacional ou febre do feno. Deve-se à sensibilização aos componentes de polens, sendo que os alérgenos de pólen provocam sintomas clínicos quando em contato com a mucosa do aparelho respiratório e a conjuntiva de indivíduos previamente sensibilizados.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
6 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
7 Comensal: 1. Diz-se de ou cada um dos que comem juntos. 2. Diz-se de ou indivíduo que habitualmente frequenta e come em casa de outrem. 3. No sentido figurado, em uso pejorativo, diz-se de ou indivíduo que vive à custa alheia; parasita. 4. Em ecologia, é aquilo ou aquele que vive em comensalismo (diz-se de organismo), ou seja, em relação ecológica interespecífica na qual duas espécies de animais se encontram associadas com benefício para uma delas mas sem prejuízo para a outra; inquilinismo.
8 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
9 Microbiota: Em ecologia, chama-se microbiota ao conjunto dos microrganismos que habitam um ecossistema, principalmente bactérias, protozoários e outros microrganismos que têm funções importantes na decomposição da matéria orgânica e, portanto, na reciclagem dos nutrientes. Fazem parte da microbiota humana uma quantidade enorme de bactérias que vivem em harmonia no organismo e auxiliam a ação do sistema imunológico e a nutrição, por exemplo.
10 Microbioma: Comunidade ecológica de microrganismos comensais, simbióticos e patogênicos que compartilham nosso espaço corporal. Microbioma humano é o conjunto de microrganismos que reside no corpo do Homo sapiens, mantendo uma relação simbiótica com o hospedeiro. O conceito vai além do termo microbiota, incluindo também a relação entre as células microbianas e as células e sistemas humanos, por meio de seus genomas, transcriptomas, proteomas e metabolomas.
11 Citocinas: Citoquina ou citocina é a designação genérica de certas substâncias segregadas por células do sistema imunitário que controlam as reações imunes do organismo.
12 Epitélio: Uma ou mais camadas de CÉLULAS EPITELIAIS, sustentadas pela lâmina basal, que recobrem as superfícies internas e externas do corpo.
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