Mulheres são menos propensas a sobreviver ao infarto agudo do miocárdio com parada cardíaca fora do hospital
Estudo publicado na revista Mayo Clinic Proceedings buscou avaliar o impacto do sexo do paciente nos resultados e no manejo de pacientes com infarto1 agudo2 do miocárdio3 (IAM) com parada cardíaca fora do hospital (PCFH).
Foi realizado um estudo de coorte4 retrospectivo5 de base populacional em pacientes com IAM admitidos com PCFH entre 2010 e 2017 a partir do registro Myocardial Ischaemia National Audit Project (MINAP). Usou-se modelos de regressão logística multivariada para avaliar o papel do sexo como preditor de resultados clínicos e de estratégia de tratamento.
Dos 16.278 pacientes, as mulheres constituíam quase um quarto da população (n = 3.710 [22,7%]). As mulheres eram mais velhas (idade mediana de 69 [IQR, 57-79] anos vs 63 [IQR, 54-72] anos, P <0,001), experimentaram maior tempo desde a ligação até a chegada ao hospital (mediana, 1,2 horas vs 1,1 horas; P = 0,008), eram menos propensas a apresentar ritmo chocável (86,8% vs 91,5%, P <0,001) e menos propensas a receber terapia antiplaquetária dupla (73,8% vs 78,6%, P <0,001), beta bloqueadores (64,7% vs 72,3%, P <0,001), inibidores da enzima6 conversora de angiotensina (49,0% vs 55,3%, P <0,001), angiografia7 coronária (73,7% vs 83,3%, P <0,001) e intervenção coronária percutânea (37,5% vs. 40,7%, p 0,004).
Após o ajuste para as características do paciente e manejo, as mulheres tiveram chances significativamente maiores de morte intra-hospitalar em comparação com os homens (odds ratio [OR], 1,3; IC 95%, 1,1 a 1,5) e menores chances de receber angiografia7 coronária (OR, 0,67; IC 95%, 0,59 a 0,75) e cirurgia de ponte de safena (OR, 0,28; IC 95%, 0,19 a 0,40).
O estudo concluiu que as mulheres foram menos propensas a sobreviver após parada cardíaca fora do hospital secundária ao infarto1 agudo2 do miocárdio3. Protocolos hospitalares que minimizem o viés médico e melhorem a comunicação do médico com a mulher são necessários para fechar essa lacuna.
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Fonte: Mayo Clinic Proceedings, Vol. 97, Nº 9, em 01 de setembro de 2022.