Vacina tetravalente contra dengue induziu produção de anticorpos em mais de 90% daqueles que receberam uma única dose
Há mais de 10 anos, a vacina1 contra a dengue2 vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o Instituto Nacional de Alergia3 e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID). Um novo estudo, publicado no dia 15 de março na revista científica Human Vaccines & Immunotherapeutics, a respeito dos resultados da primeira fase da pesquisa, concluiu que a vacina1 induziu a geração de anticorpos4 em mais de 90% dos voluntários.
Mais especificamente, o imunizante5 gerou resposta imune em 100% dos voluntários que já tiveram a doença e em 92,6% dos que nunca foram infectados após a primeira dose. A dose adicional não induziu diferenças significativas, confirmando que uma única dose é suficiente para produzir resposta imunológica contra a doença.
A vacina1 da dengue2 é tetravalente, ou seja, é feita com os quatro tipos do vírus6 da dengue2 atenuados. Uma vez enfraquecidos, os vírus6 induzem a produção de anticorpos4 sem causar a doença e com poucas reações adversas. As mais comuns foram dor de cabeça7, cansaço, erupção8 cutânea9 e dor muscular.
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A dengue2 (DENV) é um vírus6 transmitido por mosquitos com quatro sorotipos (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4), causando morbidade10 substancial em áreas tropicais e subtropicais em todo o mundo. A V181 é uma vacina1 experimental, viva, atenuada, tetravalente contra a dengue2.
Neste estudo de fase 1, duplo-cego, controlado por placebo11, a segurança, tolerabilidade e imunogenicidade da V181 em adultos saudáveis que na linha de base nunca tinham sido infectados por flavivírus (NIF) e que já haviam sido infectados por flavivírus (JIF) foram avaliadas em duas formulações: TV003 e TV005. A TV005 contém um nível de DENV2 10 vezes maior do que a TV003.
Duzentos adultos foram randomizados 2:2:1 para receber TV003, TV005 ou placebo11 nos dias 1 e 180. A imunogenicidade contra os 4 sorotipos de DENV foi medida usando um Teste de Neutralização de Redução de Vírus6 (TNRV60) após cada vacinação e até 1 ano após a segunda dose.
Não houve descontinuação devido a eventos adversos (EA) ou EAs graves relacionados à vacina1 no estudo. Os EAs mais comuns após TV003 ou TV005 foram cefaleia12, erupção8 cutânea9, fadiga13 e mialgia14.
Viremia pela vacina1 tri ou tetravalente foi detectada em 63,9% e 25,6% dos participantes NIF que receberam TV003 e TV005, respectivamente, após a dose 1.
Soropositividade para dengue2 no TNRV60 após vacina1 tri ou tetravalente foi demonstrada em 92,6% dos participantes NIF que receberam TV003, 74,2% dos que receberam TV005 e 100% dos participantes JIF que receberam TV003 e TV005 após a dose 1.
Aumentos na concentração média geométrica no TNVR60 foram observados após a primeira vacinação com TV003 e TV005 em ambos os subgrupos de flavivírus para todos os sorotipos de dengue2, e aumentos mínimos foram medidos após a dose 2. As concentrações médias geométricas nos grupos TV003 e TV005 nos participantes NIF e JIF permaneceram acima das respectivas linhas de base e do placebo11 durante 1 ano após a dose 2.
Esses dados suportam o desenvolvimento da V181 como uma vacina1 de dose única para a prevenção da dengue2.
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Fonte: Human Vaccines & Immunotherapeutics, publicação em 15 de março de 2022.