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Diabetes representa grande risco em pacientes com síndromes coronarianas

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Uma análise do registro CLARIFY está fornecendo aos médicos mais informações sobre o impacto do diabetes1 em pacientes com síndromes coronarianas crônicas, particularmente o risco aumentado de acidente vascular cerebral2, infarto do miocárdio3 e morte cardiovascular.

O estudo descobriu que pacientes com síndromes coronarianas crônicas eram 3 vezes mais propensos a ter diabetes1 e também revelou que esses pacientes tinham um risco muito maior de eventos cardiovasculares futuros.

“A obesidade4 e a falta de exercícios são fatores de risco comuns para diabetes1 e doenças cardíacas e nossos resultados destacam a necessidade urgente de melhorar a nutrição5 e aumentar os níveis de atividade globalmente”, disse a pesquisadora principal do estudo, Emmanuelle Vidal-Petiot, MD, PhD, do Bichat-Claude Bernard Hospital, Paris, França, em comunicado. “Os países mais afetados pelo diabetes1 também estão no epicentro da epidemia de obesidade4, que pode ser em parte atribuída à urbanização e às mudanças associadas na atividade física e na ingestão de alimentos.”

Saiba mais sobre "Doenças cardiovasculares6", "Diabetes Mellitus7 - Informações importantes" e "Prevenção do diabetes1 e suas complicações".

Em contraste com o cenário de infarto8 agudo9 do miocárdio10, existem dados limitados sobre o impacto do diabetes mellitus7 nos resultados clínicos em coortes contemporâneas de pacientes com síndromes coronarianas crônicas.

O objetivo nessa pesquisa, publicada no European Journal of Preventive Cardiology, foi investigar a prevalência11 de diabetes1 e seu impacto em eventos cardiovasculares e mortalidade12 em pacientes com síndromes coronarianas crônicas, entre várias regiões geográficas e etnias.

O CLARIFY é um registro observacional de pacientes com síndromes coronarianas crônicas, inscritos em 45 países da Europa, Ásia, América, Oriente Médio, Austrália e África em 2009-2010, e acompanhados anualmente por 5 anos.

As síndromes coronarianas crônicas foram definidas por ≥1 dos seguintes critérios: infarto do miocárdio3 prévio, evidência de estenose13 aórtica >50%, isquemia14 miocárdica sintomática15 comprovada ou procedimento de revascularização prévio.

Entre 32.694 pacientes, 9.502 (29%) tinham diabetes1, com uma prevalência11 regional variando de menos de 20% no norte da Europa a ∼60% nos países do Golfo.

Em um modelo de riscos proporcionais de Cox com ajuste multivariável, o diabetes1 foi associado a riscos aumentados para o desfecho primário (morte cardiovascular, infarto do miocárdio3 ou acidente vascular cerebral2) com uma razão de risco ajustada de 1,28 (intervalo de confiança de 95% 1,18 - 1,39) e para todos os desfechos secundários (mortalidade12 cardiovascular e por todas as causas, infarto do miocárdio3, acidente vascular cerebral2, insuficiência cardíaca16 e revascularização coronária). As diferenças nos resultados de acordo com a geografia e a etnia foram modestas.

A pesquisa concluiu que, em pacientes com síndromes coronarianas crônicas, o diabetes1 está independentemente associado à mortalidade12 e eventos cardiovasculares, incluindo insuficiência cardíaca16, o que não é contabilizado por dados demográficos, história médica anterior, fração de ejeção do ventrículo esquerdo ou uso de medicação de prevenção secundária. Isso é observado em várias regiões geográficas e etnias, apesar das disparidades marcantes na prevalência11 de diabetes1.

“Nunca é demais enfatizar a importância de uma vida e alimentação saudáveis. Todos podem reduzir suas chances de desenvolver diabetes1 com controle de peso e exercícios, e a detecção precoce é necessária para que o açúcar17 no sangue18 possa ser controlado”, observou Vidal-Petiot. “Pessoas com doenças cardíacas e diabetes1 também precisam de um estilo de vida ativo e uma boa dieta para proteger sua saúde19. Evitar fumar é crucial, assim como controlar a pressão arterial20 e os níveis de colesterol21.”

Leia sobre "O que é uma alimentação saudável", "Sete passos para um coração22 saudável" e "Sinais23 de doenças cardíacas em mulheres".

 

Fontes:
European Journal of Preventive Cardiology, publicação em 06 de abril de 2021.
Practical Cardiology, notícia publicada em 13 de abril de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Diabetes representa grande risco em pacientes com síndromes coronarianas. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1392170/diabetes-representa-grande-risco-em-pacientes-com-sindromes-coronarianas.htm>. Acesso em: 25 abr. 2024.

Complementos

1 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
2 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
3 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
4 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
5 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
6 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
7 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
8 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
9 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
10 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
11 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
12 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
13 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
14 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
15 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
16 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
17 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
18 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
19 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
20 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
21 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
22 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
23 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
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