Adicionar icosapent ethyl à terapia com estatinas reduz o risco de AVC em 36%, conclui estudo
A última análise do ensaio REDUCE-IT sugere que a adição de icosapent ethyl (Vascepa) aos algoritmos de tratamento que já incluíam estatinas poderia reduzir ainda mais o risco de acidente vascular cerebral1.
Os resultados da análise, que foram apresentados na International Stroke Conference (ISC) 2021 da American Stroke Association, e publicados no periódico Stroke, indicam que os pacientes com triglicerídeos aumentados recebendo icosapent ethyl além da terapia com estatinas reduziram o risco de AVC isquêmico2 em mais 36%.
“Icosapent ethyl é uma nova maneira de reduzir ainda mais o risco de acidente vascular cerebral1 em pacientes com aterosclerose3 ou que estão em alto risco de acidente vascular cerebral1, que têm níveis elevados de triglicerídeos e já estão tomando estatinas”, disse Deepak L. Bhatt, MD, autor principal do estudo e diretor executivo de programas cardiovasculares intervencionistas no Brigham and Women's Hospital Heart & Vascular4 Center, em Boston, em um comunicado.
Saiba mais sobre "Acidente vascular cerebral1", "Estatinas - prós e contras" e "Doenças cerebrovasculares".
Em pacientes com risco cardiovascular elevado, as estatinas reduzem a ocorrência de acidente vascular cerebral1 isquêmico2. No entanto, o risco residual de AVC persiste.
O REDUCE-IT, um estudo multinacional duplo-cego, randomizou 8.179 pacientes tratados com estatinas, com colesterol5 de lipoproteína de baixa densidade controlado, triglicerídeos elevados e risco ou evidência de aterosclerose3, para receber icosapent ethyl (IPE), um éster etílico purificado e estável de ácido eicosapentaenoico (4 gramas/dia) ou placebo6.
O IPE reduziu o desfecho primário composto (morte por causa cardiovascular, infarto do miocárdio7 [IM], AVC, revascularização coronária, hospitalização por angina8 instável) e o principal desfecho secundário composto (morte por causa cardiovascular, IM, AVC) em 25% e 26%, respectivamente, (cada p <0,000001).
Os eventos isquêmicos totais (primeiros e recorrentes) foram reduzidos em 32% (p <0,000001). Foram examinados os desfechos de AVC pré-especificados e post hoc adicionais.
As taxas de eventos para o tempo até o primeiro AVC fatal ou não fatal foram de 2,4% vs. 3,3% para IPE vs. placebo6; razão de risco (HR) (IC 95%) = 0,72 (0,55-0,93); P = 0,01; a redução do risco relativo (RRR) foi de 28%, redução do risco absoluto (ARR) 0,9% e número necessário para tratar (NNT) 114.
Para cada 1.000 pacientes tratados por 5 anos com IPE, aproximadamente 14 acidentes vasculares9 cerebrais (fatais ou não fatais) foram evitados; razão de taxa (RR) (IC 95%) = 0,68 (0,52-0,91); P = 0,008.
As taxas de tempo para o primeiro evento de AVC isquêmico2 foram de 2,0% vs 3,0% para IPE vs placebo6, uma redução de 36% (HR = 0,64 [0,49-0,85]; P = 0,002). O AVC hemorrágico10 ocorreu em taxas baixas, sem diferença significativa para IPE vs. placebo6 (0,3% vs. 0,2%; P = 0,55).
No REDUCE-IT, o icosapent ethyl reduziu significativamente o risco de acidente vascular cerebral1 isquêmico2, sem excesso de acidente vascular cerebral1 hemorrágico10, em pacientes tratados com estatina com triglicerídeos elevados e aterosclerose3 ou diabetes11.
Leia sobre "Doenças cardiovasculares12", "Níveis de triglicérides13 elevados" e "Aterosclerose3".
Fontes:
Stroke, publicação em 11 de março de 2021.
Practical Cardiology, notícia publicada em 16 de março de 2021.