Diabetes tipo 1 tem impacto no cérebro em desenvolvimento em crianças, causando mudanças persistentes nos volumes cerebrais e escores cognitivos
Estudo longitudinal publicado na revista Diabetes1 Care teve como objetivo avaliar se as diferenças cerebrais e cognitivas previamente observadas entre crianças com diabetes tipo 12 e indivíduos controle sem diabetes1 persistem, pioram ou melhoram à medida que as crianças chegam à puberdade e se as diferenças estão associadas à hiperglicemia3.
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Cento e quarenta e quatro crianças com diabetes tipo 12 e 72 indivíduos de controle sem diabetes1 pareados por idade (média ± DP de idade no início do estudo 7,0 ± 1,7 anos, 46% do sexo feminino) passaram por ressonância magnética4 não sedada e testes cognitivos5 até quatro vezes ao longo de 6,4 ± 0,4 (intervalo de 5,3–7,8) anos; medição de HbA1c6 e monitoramento contínuo da glicose7 foram feitos trimestralmente.
Os volumes cerebrais derivados do FreeSurfer (software para análise de ressonância magnética4 do cérebro8) e as métricas cognitivas avaliadas longitudinalmente foram comparados entre os grupos usando modelos de efeitos mistos aos 6, 8, 10 e 12 anos. Foram realizadas correlações com glicemia9.
Os volumes totais do cérebro8, da matéria cinza e da matéria branca e quocientes de inteligência (QI10) verbal e de escala completa foram menores no grupo de diabetes1 aos 6, 8, 10 e 12 anos, com diferenças de grupo estimadas em QI10 de escala completa de -4,15, -3,81, -3,46 e -3,11, respectivamente (P <0,05), e diferenças de volume cerebral total de -15.410, -21.159, -25.548 e -28.577 mm³ aos 6, 8, 10 e 12 anos, respectivamente (P <0,05).
As diferenças na linha de base persistiram ou aumentaram ao longo do tempo, e os volumes cerebrais e as pontuações cognitivas correlacionaram-se negativamente com um índice de HbA1c6 ao longo da vida e um sensor de glicose7 mais alto no diabetes1.
O estudo concluiu que mudanças detectáveis nos volumes cerebrais e escores cognitivos5 persistem ao longo do tempo em crianças com diabetes tipo 12 de início precoce acompanhadas longitudinalmente; essas diferenças estão associadas a métricas de hiperglicemia3.
Para saber se essas mudanças podem ser revertidas com o controle escrupuloso do diabetes1, é necessário um estudo mais aprofundado. Esses dados longitudinais apoiam a hipótese de que o cérebro8 é um alvo de complicações do diabetes11 em crianças pequenas.
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Fonte: Diabetes1 Care, Vol. 44, Nº 4, em 19 de março de 2021.