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A metástase hepática restringe a eficácia da imunoterapia por meio da eliminação de células T mediada por macrófagos

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A metástase1 é a principal causa de mortalidade2 por câncer3, e o câncer3 frequentemente produz metástases4 para o fígado5. Não está claro se os mecanismos de tolerância imunológica do fígado5 contribuem para os resultados do câncer3.

Nesse estudo publicado na Nature Medicine, pesquisadores relataram que as metástases4 hepáticas6 diminuem a eficácia da imunoterapia sistemicamente em pacientes e modelos pré-clínicos. Pacientes com metástases4 hepáticas6 obtêm benefício limitado da imunoterapia, independente de outros biomarcadores de resposta estabelecidos.

Em vários modelos de camundongos, os pesquisadores mostraram que as metástases4 hepáticas6 sifonam células7 T CD8+ ativadas da circulação8 sistêmica. No fígado5, as células7 T CD8+ Fas+ específicas do antígeno9 ativadas sofrem apoptose10 após sua interação com macrófagos11 derivados de monócitos12 FasL+ CD11b+ F4/80+. Consequentemente, as metástases4 hepáticas6 criam um deserto imunológico sistêmico13 em modelos pré-clínicos.

Da mesma forma, os pacientes com metástases4 hepáticas6 têm reduzido número de células7 T periféricas e diversidade e função de células7 T tumorais diminuídas. Em modelos pré-clínicos, a radioterapia14 dirigida ao fígado5 elimina macrófagos11 hepáticos imunossupressores, aumenta a sobrevida15 das células7 T hepáticas6 e reduz o sifonamento hepático de células7 T.

Assim, as metástases4 hepáticas6 cooptam mecanismos de tolerância periférica do hospedeiro para causar resistência à imunoterapia adquirida através da deleção de células7 T CD8+, e a combinação de radioterapia14 dirigida ao fígado5 e imunoterapia pode promover imunidade16 antitumoral sistêmica.

Leia mais: "Entendendo o que são metástases4", "Câncer3 de fígado5", "Câncer3 - informações importantes" e "Imunoterapia".

 

Fonte: Nature Medicine, publicação em 04 de janeiro de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. A metástase hepática restringe a eficácia da imunoterapia por meio da eliminação de células T mediada por macrófagos. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1386640/a-metastase-hepatica-restringe-a-eficacia-da-imunoterapia-por-meio-da-eliminacao-de-celulas-t-mediada-por-macrofagos.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Metástase: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
2 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
3 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
4 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
5 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
6 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
7 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
8 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
9 Antígeno: 1. Partícula ou molécula capaz de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substância que, introduzida no organismo, provoca a formação de anticorpo.
10 Apoptose: Morte celular não seguida de autólise, também conhecida como “morte celular programada“.
11 Macrófagos: É uma célula grande, derivada do monócito do sangue. Ela tem a função de englobar e destruir, por fagocitose, corpos estranhos e volumosos.
12 Monócitos: É um tipo de leucócito mononuclear fagocitário, que se forma na medula óssea e é posteriormente transportado para os tecidos, onde se desenvolve em macrófagos.
13 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
14 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
15 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
16 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
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