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Passar muito tempo sentada ou deitada pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca em 42% em mulheres mais velhas

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As Diretrizes de Atividade Física dos EUA de 2018 recomendam a redução do comportamento sedentário para a saúde1 cardiovascular. Mas o papel do sedentarismo2 na insuficiência cardíaca3  não é claro.

Agora, uma nova análise de dados da Women's Health Initiative está oferecendo mais informações sobre o impacto prejudicial do aumento do comportamento sedentário no risco de insuficiência cardíaca3 em mulheres idosas.

Os resultados do estudo, publicado no periódico Circulation: Heart Failure, sugerem que mulheres que passam 9,5 horas ou mais sentadas ou deitadas a cada dia têm um risco 42% maior de serem hospitalizadas com insuficiência cardíaca3 do que mulheres que passam 6,5 horas ou menos envolvidas em comportamento sedentário, destacando a importância de enfatizar a atividade física em pacientes idosos.

Leia sobre "Sedentarismo2", "Insuficiência cardíaca congestiva4" e "Benefícios da musculação para idosos".

“Para a prevenção da insuficiência cardíaca3, precisamos promover pausas frequentes após ficar sentado ou deitado por muito tempo, além de tentar atingir os níveis de referência de atividade física, como os recomendados pela American Heart Association”, disse o pesquisador principal Michael LaMonte, PhD , MPH, professor associado de pesquisa de epidemiologia na Escola de Saúde1 Pública e Profissões da Saúde1 da Universidade de Buffalo, em um comunicado da American Heart Association. “Poucos estudos foram publicados sobre o tempo sedentário e o risco de insuficiência cardíaca3, e menos ainda se concentraram em mulheres idosas nas quais tanto o comportamento sedentário quanto a insuficiência cardíaca3 são bastante comuns”.

Os investigadores desenvolveram seu estudo como uma análise prospectiva de dados da Women's Health Initiative, que contém dados sobre mais de 90.000 mulheres na pós-menopausa5.

Foram estudadas 80.982 mulheres no Estudo Observacional da Women's Health Initiative, com idades entre 50 e 79 anos, que não tinham insuficiência cardíaca3 conhecida e relataram capacidade de andar ≥1 quarteirão sem assistência no início do estudo.

O seguimento médio foi de 9 anos para hospitalização por insuficiência cardíaca3 incidente6 declarada por médico (1.402 casos). Comportamento sedentário (CS) foi avaliado repetidamente por questionário. O CS total variável com o tempo foi categorizado de acordo com o tempo acordada que se gasta sentada ou deitada (≤6,5, 6,6–9,5, >9,5 horas/dia); o tempo sentada (≤4,5, 4,6–8,5, >8,5 h/d) também foi avaliado. Hazard ratios e intervalo de confiança (IC) de 95% foram estimados usando regressão de Cox.

Controlando para idade, raça/etnia, educação, renda, tabagismo, álcool, terapia hormonal na menopausa5 e estado de histerectomia7, maior risco de insuficiência cardíaca3 foi observado em tercis incrementais de CS total variável no tempo (taxas de risco [IC 95%], 1,00 [referente], 1,15 [1,01-1,31], 1,42 [1,25-1,61], P de tendência <0,001) e tempo sentada (1,00 [referente], 1,14 [1,01-1,28], 1,54 [1,34-1,78], P de tendência <0,001).

As tendências inversas permaneceram significativas após o controle adicional de comorbidades8, incluindo infarto do miocárdio9 variável com o tempo e revascularização coronária (taxas de risco: CS, 1,00, 1,11, 1,27; sentada, 1,00, 1,09, 1,37, P de tendência <0,001 cada) e para atividade física inicial (taxas de risco: CS 1,00, 1,10, 1,24; sentada 1,00, 1,08, 1,33, P de tendência <0,001 cada).

As associações com as exposições a CS não foram diferentes de acordo com as categorias de idade basal, raça/etnia, índice de massa corporal10, atividade física, funcionamento físico, diabetes11, hipertensão12 ou doença coronariana13.

O comportamento sedentário foi associado ao risco aumentado de hospitalização por insuficiência cardíaca3 incidente6 em mulheres na pós-menopausa5. Esforços direcionados para reduzir o CS podem melhorar a prevenção da insuficiência cardíaca3 mais tarde na vida.

“Essas descobertas são consistentes com outros estudos que confirmam que pessoas com mais tempo sedentário diário têm mais probabilidade de desenvolver condições crônicas de saúde1, como diabetes11, hipertensão12, ataque cardíaco, derrame14 e morte prematura por doença cardíaca e outras causas”, acrescentou LaMonte.

Veja também sobre "Doenças cardiovasculares15" e "Sinais16 de doenças cardíacas em mulheres".

 

Fontes:
Circulation: Heart Failure, publicação em 24 de novembro de 2020.
Practical Cardiology, notícia publicada em 24 de novembro de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. Passar muito tempo sentada ou deitada pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca em 42% em mulheres mais velhas. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1383913/passar-muito-tempo-sentada-ou-deitada-pode-aumentar-o-risco-de-insuficiencia-cardiaca-em-42-em-mulheres-mais-velhas.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
3 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
4 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
5 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
6 Incidente: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
7 Histerectomia: Cirurgia através da qual se extrai o útero. Pode ser realizada mediante a presença de tumores ou hemorragias incontroláveis por outras formas. Quando se acrescenta à retirada dos ovários e trompas de Falópio (tubas uterinas) a esta cirurgia, denomina-se anexo-histerectomia.
8 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
9 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
10 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
11 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
12 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
13 Doença coronariana: Doença do coração causada por estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração. Se o fluxo é cortado, o resultado é um ataque cardíaco.
14 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
15 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
16 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
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