Qual a importância da obesidade como fator de risco para insuficiência respiratória, internação em UTI e óbito em pacientes com COVID-19 hospitalizados?
Comorbidades1 específicas e idade avançada criam uma maior vulnerabilidade à doença do coronavírus 19 (COVID-19) grave. Embora a obesidade2 pareça agravar o curso da doença, o impacto real do índice de massa corporal3 (IMC4) e o ponto de corte que aumenta a gravidade da doença ainda estão sob investigação.
O objetivo desse estudo, publicado no European Journal of Endocrinology, foi analisar se o IMC4 representava fator de risco5 para insuficiência respiratória6, internação em unidade de terapia intensiva7 (UTI) e óbito8.
Foi realizado um estudo de coorte9 retrospectivo10 de 482 pacientes consecutivos com COVID-19 hospitalizados entre 1º de março e 20 de abril de 2020. Análises de regressão logística e modelos de risco de proporção de Cox, incluindo características demográficas e comorbidades1, foram realizados para prever os desfechos dentro de 30 dias a partir do início dos sintomas11.
Dos 482 pacientes, 104 (21,6%) tinham IMC4 ≥30 kg/m². Na análise de regressão logística, um IMC4 entre 30 e 34,9 kg/m² aumentou significativamente o risco de insuficiência respiratória6 (OR: 2,32; IC 95%: 1,31-4,09, p = 0,004) e admissão na UTI (OR: 4,96; IC 95%: 2,53-9,74, p <0,001). Observou-se risco significativamente maior de morte em pacientes com IMC4 ≥35 kg/m² (OR: 12,1; IC 95%: 3,25-45,1, p <0,001).
O estudo concluiu que a obesidade2 é um forte fator de risco5 independente para insuficiência respiratória6, internação na UTI e óbito8 entre os pacientes com COVID-19. Enquanto um IMC4 ≥30 kg/m² identifica uma população de pacientes com alto risco de doença grave, um IMC4 ≥35 kg/m² aumenta drasticamente o risco de morte.
Leia sobre "Mecanismos pelos quais a obesidade2 é fator de risco5 COVID-19 grave" e "Cálculo12 do IMC4".
Fonte: European Journal of Endocrinology, publicação em 01 de julho de 2020.