Ter um cachorro está associado a menor risco de morte a longo prazo
A posse de cães tem sido associada à diminuição do risco cardiovascular. Relatórios recentes sugeriram uma associação da companhia de cães com níveis mais baixos de pressão arterial1, perfil lipídico2 aprimorado e respostas simpáticas diminuídas ao estresse.
Leia sobre "Cão: o melhor amigo da sua saúde3" e "Estresse".
No entanto, não está claro se a posse de cães está associada a uma melhor sobrevivência4, pois estudos anteriores produziram resultados inconsistentes.
Dessa forma, foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise, publicada pelo periódico Circulation, para avaliar a associação da posse de cães com mortalidade5 por todas as causas, com e sem doença cardiovascular prévia, e com mortalidade5 cardiovascular.
Estudos publicados entre 1950 e 24 de maio de 2019 foram identificados através de pesquisa nas bases de dados Embase e PubMed. Os estudos observacionais selecionados avaliaram a posse inicial de cães e a subsequente mortalidade5 por todas as causas ou mortalidade5 cardiovascular.
Dois revisores independentes extraíram os dados. Avaliou-se dados agrupados usando o modelo de efeitos aleatórios. Uma possível limitação foi que as análises não foram ajustadas para fatores de confusão. Foram incluídos dez estudos com dados de 3.837.005 participantes (530.515 eventos; seguimento médio de 10,1 anos).
A posse de cães foi associada a uma redução de 24% no risco de mortalidade5 por todas as causas em comparação com não possuir um cachorro (risco relativo, 0,76; IC 95%, 0,67-0,86), com 6 estudos demonstrando uma redução significativa no risco de morte.
Notavelmente, em indivíduos com eventos coronarianos anteriores, morar em uma casa com um cão foi associado a uma redução de risco ainda mais acentuada para mortalidade5 por todas as causas (risco relativo, 0,35; IC 95%, 0,17-0,69; I², 0%).
Além disso, quando restringimos as análises a estudos que avaliam a mortalidade5 cardiovascular, a posse de cães conferiu uma redução de 31% no risco de morte cardiovascular (risco relativo, 0,69; IC 95%, 0,67-0,71; I², 5,1%).
O estudo concluiu que a posse de cães está associada a menor risco de morte a longo prazo, o que é possivelmente causado por uma redução na mortalidade5 cardiovascular.
Veja também sobre "Cachorro ou outro animal de estimação e melhorias na saúde3" e "Sete passos para um coração6 saudável".
Fonte: Circulation, vol. 12, nº 10, em outubro de 2019.