Comportamentos agressivos e agitados na demência: qual é a melhor intervenção, segundo revisão sistemática publicada pelo Annals of Internal Medicine?
As intervenções farmacológicas e não farmacológicas são usadas para tratar sintomas1 neuropsiquiátricos em pessoas com demência2.
Nesta revisão sistemática e meta-análise publicada pelo periódico Annals of Internal Medicine, pesquisadores buscaram resumir a eficácia comparativa de intervenções farmacológicas e não farmacológicas no tratamento de agressão e agitação em adultos com demência2.
Foram pesquisadas as bases de dados MEDLINE, EMBASE, Registro Central da Cochrane de Ensaios Controlados, CINAHL e PsycINFO desde o início até 28 de maio de 2019 sem restrições de idioma. Também houve pesquisa em literatura cinzenta e listas de referência digitalizadas a partir de estudos selecionados e revisões sistemáticas.
O estudo selecionou ensaios clínicos3 randomizados comparando intervenções para o tratamento de agressão e agitação em adultos com demência2. Os dados foram extraídos por pares de revisores que selecionaram independentemente os estudos, abstraíram os dados e avaliaram o risco de viés.
Após a triagem de 19.684 citações, 163 estudos (23.143 pacientes) foram incluídos nas meta-análises de rede. A análise de intervenções direcionadas à agressão e agitação (148 estudos [21.686 pacientes]) mostrou que o atendimento multidisciplinar (diferença média padronizada [DMP], -0,5 [IC 95%, -0,99 a -0,01]), massagem e terapia por toque (DMP, -0,75 [IC 95%, -1,12 a -0,38]) e música combinada com massagem e terapia por toque (DMP, -0,91 [IC 95%, -1,75 a -0,07]) foram clinicamente mais eficazes do que os cuidados usuais. A terapia de recreação (DMP, -0,29 [IC 95%, -0,57 a -0,01]) foi estatisticamente, mas não clinicamente, mais eficaz do que os cuidados usuais.
Quarenta e seis por cento dos estudos estavam sob alto risco de viés devido à falta de dados sobre os resultados. Danos e custos de terapias não foram avaliados.
O estudo concluiu que intervenções não farmacológicas pareceram ser mais eficazes do que intervenções farmacológicas para reduzir comportamentos agressivos e agitados em adultos com demência2.
Saiba mais sobre "Distúrbio neurocognitivo", "Agressividade" e "Mal de Alzheimer4".
Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação em 15 de outubro de 2019.