NEJM: efeito da pressão arterial sistólica e diastólica nos desfechos cardiovasculares
A relação entre pressão arterial1 sistólica e diastólica ambulatorial e desfechos cardiovasculares ainda não está clara e tem sido complicada por diretrizes recentemente revisadas com dois limiares diferentes (≥140/90 mmHg e ≥130/80 mmHg) para o tratamento da hipertensão2.
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Em estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine, usando dados de 1,3 milhões de adultos em uma população geral de pacientes ambulatoriais, pesquisadores realizaram uma análise multivariada de sobrevida5 de Cox para determinar o efeito da carga de hipertensão2 sistólica e diastólica em um desfecho composto de infarto do miocárdio6, acidente vascular cerebral7 isquêmico8 ou acidente vascular cerebral7 hemorrágico9 durante um período de 8 anos. A análise controlou as características demográficas e condições coexistentes.
As cargas de hipertensão2 sistólica e diastólica previram independentemente os resultados adversos. Em modelos de sobrevida5, uma carga contínua de hipertensão2 sistólica (≥140 mmHg; razão de risco por aumento de unidade no escore z, 1,18; intervalo de confiança [IC] de 95%, 1,17 a 1,18) e hipertensão2 diastólica (≥ 90 mmHg; razão de risco por unidade de aumento no escore z, 1,06; IC 95%, 1,06 a 1,07) predisseram de forma independente o desfecho composto.
Resultados semelhantes foram observados com o menor limiar de hipertensão2 (≥130/80 mmHg) e com as pressões arteriais sistólica e diastólica utilizadas como preditores sem limiares de hipertensão2. Uma relação de curva J entre a pressão arterial diastólica10 e os desfechos, que foi observada, foi explicada, pelo menos em parte, pela idade e outras covariáveis e por um efeito maior da hipertensão2 sistólica entre as pessoas no quartil mais baixo da pressão arterial diastólica10.
Embora a elevação da pressão arterial sistólica11 tenha tido um efeito maior sobre os desfechos, tanto a hipertensão2 sistólica quanto a diastólica influenciaram independentemente o risco de eventos cardiovasculares adversos, independente da definição de hipertensão2 (≥140/90 mmHg ou ≥130/80 mmHg).
O estudo foi financiado pelo Kaiser Permanente Northern California Community Benefit Program.
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Fonte: NEJM, publicação de 18 de julho de 2019.