Nurses Health Study: altas ingestões de vitaminas B6 e B12 podem estar associadas a maior risco de fratura de quadril em mulheres na pós-menopausa
A suplementação1 de vitamina2 que excede em muito as doses recomendadas é popular em alguns segmentos da população. No entanto, efeitos adversos podem ocorrer. Em uma análise secundária prévia de dados combinados de dois ensaios clínicos3 randomizados duplo-cegos (RCTs), um aumento inesperado do risco de fratura4 de quadril foi encontrado entre aquelas mulheres tratadas com altas doses de vitamina2 B6 em combinação com a vitamina2 B12.
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O estudo publicado pelo JAMA Network teve como objetivo estudar se o alto consumo de vitaminas B6 e B12 (através de alimentos e suplementos) estava associado ao risco de fratura4 de quadril em participantes do Nurses' Health Study e investigar se o consumo combinado de ambas as vitaminas conferia um risco de fratura4 particularmente aumentado.
Neste estudo de coorte6 prospectivo7, 75.864 mulheres pós-menopáusicas, nos Estados Unidos, foram acompanhadas de junho de 1984 a maio de 2014. As datas de análise foram de julho de 2016 a junho de 2018. Informações sobre fratura4 de quadril e uma ampla gama de potenciais fatores de confusão foram coletadas no início do estudo e com questionários de acompanhamento bianuais. Informações dietéticas extensas foram obtidas aproximadamente a cada 4 anos com um questionário de frequência alimentar semiquantitativo.
Os riscos relativos (RRs) foram calculados pela regressão de riscos proporcionais de Cox, com a ingestão média acumulada de vitaminas B6 e B12 como principais exposições, ajustando-se a potenciais fatores de confusão. O resultado principal avaliado foi a fratura4 de quadril.
Durante o acompanhamento, 2.304 das 75.864 mulheres tiveram uma fratura4 de quadril. Entre as mulheres com fratura4 de quadril, a mediana (faixa) de idade ao sofrer a fratura4 foi de 75,8 anos (46,7-93,0) e a média do índice de massa corporal8 (calculado em peso em quilogramas dividido pela altura em metros ao quadrado) foi de 24,3. A mediana (variação interquartílica) da ingestão média cumulativa do total de vitaminas B6 e B12 foi de 3,6 (4,8) mg/dia e 12,1 (11,7) μg/dia, respectivamente.
Tanto a vitamina2 B6 (RR 1,29; IC 95% 1,04-1,59 para uma ingestão de ≥35 vs <2 mg/dia; P = 0,06 para tendência linear) quanto a vitamina2 B12 (RR 1,25; IC 95% 0,98-1,58 para uma ingestão de ≥30 vs <5 μg/dia; P = 0,02 para tendência linear) foram associados com aumento do risco de fratura4. O risco foi mais alto em mulheres com um alto consumo combinado de ambas as vitaminas (B6 ≥ 35 mg/dia e B12 ≥ 20 μg /dia), exibindo um risco quase 50% maior de fratura4 de quadril (RR 1,47; IC 95% 1,15- 1,89) em comparação com mulheres com baixa ingestão de ambas as vitaminas (B6 <2 mg/dia e B12 <10 μg/dia).
Concluiu-se com este estudo de coorte6 que um alto consumo combinado de vitaminas B6 e B12 foi associado a um risco aumentado de fratura4 de quadril em mulheres na pós-menopausa9. As ingestões foram muito superiores às doses recomendadas. Esses achados se somam a estudos anteriores sugerindo que os suplementos vitamínicos devem ser usados com cautela, pois podem ocorrer efeitos adversos.
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Fonte: JAMA Network, em 10 de maio de 2019