Terapia de estimulação da medula espinhal pode ajudar na disfunção de marcha em pacientes com doença de Parkinson avançada
Os benefícios da terapia dopaminérgica e da estimulação cerebral profunda são limitados e imprevisíveis para os sintomas1 axiais na doença de Parkinson2 (DP). Estimulação dorsal da medula espinhal3 pode ser uma nova abordagem terapêutica4. O objetivo deste estudo canadense, publicado pelo periódico Movement Disorders, foi investigar o efeito terapêutico da estimulação da medula espinhal3 na marcha, incluindo o congelamento da marcha em pacientes com DP avançada.
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Cinco participantes com DP, do sexo masculino e com distúrbios significativos da marcha e congelamento da marcha foram submetidos à estimulação da medula espinhal3 torácica. As combinações de estimulação da medula espinhal3 (200‐500 μs/30‐130 Hz) na intensidade supra limiar foram testadas durante um período de 1 a 4 meses, e os efeitos da estimulação medular foram estudados 6 meses após a cirurgia de estimulação da medula espinhal3.
Uma passarela conhecida como Protokinetics Walkway mediu os parâmetros da marcha. Os escores Z por variável de marcha estabeleceram o melhor cenário de estimulação da medula espinhal3 de cada participante. O tempo de permanência temporizado e a detecção automatizada de congelamento de marcha usando pressões dos pés foram analisadas. O Questionário de Congelamento da Marcha (Freezing of Gait Questionnaire ou FOG-Q), os itens motores da escala da Movement Disorders Society, que recebe o nome de UPDRS, e a escala de confiança do equilíbrio de atividades específicas foram completados em cada visita do estudo.
As combinações de estimulação da medula espinhal3 de 300‐400 μs/30‐130 Hz proporcionaram melhorias na marcha. Embora sob medicação/estimulação aos 6 meses, o comprimento médio do passo, a velocidade da passada e o sentar-levantar médios melhoraram em 38,8%, 42,3% e 50,3%, respectivamente. UPDRS, FOG-Q e escala de confiança do equilíbrio de atividades específicas médios melhoraram em 33,5%, 26,8% e 71,4%, respectivamente. O número médio de episódios de congelamento da marcha reduziu significativamente de 16 pré-cirurgia para 0 aos 6 meses, enquanto os pacientes estavam em levodopa e fora da estimulação.
Neste trabalho, concluiu-se que usando medidas objetivas para detectar características dinâmicas da marcha, o potencial terapêutico da estimulação medular foi otimizado para as características de cada participante. Este estudo piloto demonstrou a segurança e o resultado terapêutico significativo da estimulação da medula espinhal3 em pacientes com DP avançada e, portanto, um estudo clínico maior e mais longo será conduzido para replicar esses resultados.
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Fonte: Movement Disorders, publicação online em 14 de fevereiro de 2018.