As características do sono e o consumo de medicamentos para dormir podem estar ligados à necessidade futura de usar drogas anti-hipertensivas
A relação entre as características do sono e o uso de medicação anti-hipertensiva é pouco conhecida. Para entendê-la melhor, pesquisadores do Department of Preventive Medicine and Public Health, School of Medicine, University Autonoma of Madrid/Research Institute of University Hospital La Paz (IdiPAZ) e do Network Biomedical Research Center of Epidemiology and Public Health (CIBERESP), em Madrid, na Espanha, estudaram a associação entre qualidade ou duração do sono e o uso de pílulas para dormir com o número de drogas anti-hipertensivas usadas em idosos.
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Este foi um estudo de coorte2 prospectivo3 de pacientes hipertensos tratados, com idade ≥60 anos, que participaram de uma coorte4 de idosos, seguidos de 2008-2010 até 2012-2013. Duração do sono relatada pelo próprio paciente, qualidade do sono (geralmente tendo dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo) e dormir com o uso de comprimidos foi determinado no início do estudo, e a mudança no número de drogas anti-hipertensivas (agentes ativos) entre 2008-2010 e 2012-2013 foi calculada. As análises foram realizadas com regressão logística e ajustadas para dados demográficos, estilo de vida, comorbidade5, número basal de medicamentos anti-hipertensivos e controle da hipertensão6.
Entre os 752 participantes no início do estudo (idade média de 69,9 anos; 49,2% homens), a duração média do sono foi de 6,9 h/dia, 37% tiveram má qualidade do sono, 16,5% habitualmente usaram comprimidos para dormir e o número médio de medicamentos anti-hipertensivos foi 1,8.
Durante o período de acompanhamento, 156 (20,7%) pacientes aumentaram o número de medicamentos anti-hipertensivos. Não foi encontrada associação entre duração ou qualidade do sono e a mudança no uso de drogas anti-hipertensivas. O consumo habitual de pílulas para dormir foi associado a um maior risco de aumentar (versus diminuir/manter) o número de medicamentos anti-hipertensivos usados (razão de chances 1,85; intervalo de confiança de 95% 1,12–3,07, valor de P = 0,02).
Concluiu-se que o consumo de pílulas para dormir foi prospectivamente ligado a um aumento do número de medicamentos anti-hipertensivos usados pelos idosos. O uso de pílulas para dormir pode ser um indicador das necessidades futuras do tratamento anti-hipertensivo e um indicador de alerta para investigar os distúrbios subjacentes do sono ou estilos de vida não saudáveis.
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Fonte: Geriatrics & Gerontology International, publicado em 25 de março de 2019.