Gostou do artigo? Compartilhe!

O aumento da adiposidade pode estar associado a um risco reduzido de câncer de mama na pré-menopausa

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

A associação entre o aumento do índice de massa corporal1 (IMC2; calculado por peso, em quilogramas, dividido pela altura, em metros, ao quadrado) e o risco de câncer3 de mama4 é único na epidemiologia do câncer3, havendo um efeito cruzado, com redução do risco antes e aumento do risco após a menopausa5. A associação inversa com o risco de câncer3 de mama4 na pré-menopausa5 é mal caracterizada, mas pode ser importante na compreensão da causa deste tumor6.

Saiba mais sobre "Cálculo7 do IMC2" e "Informações sobre o câncer3 de mama4" e "Menopausa5".

Esta análise multicêntrica utilizou dados de nível individual agrupados de 758.592 mulheres na pré-menopausa5 de 19 coortes prospectivas para estimar as razões de risco (HRs) do câncer3 de mama4 na pré-menopausa5 em associação com o IMC2, de 18 a 54 anos, usando a regressão de riscos proporcionais de Cox para análise.

O acompanhamento mediano foi de 9,3 anos (intervalo interquartílico: 4,9-13,5 anos) por participante, com 13.082 casos incidentes8 de câncer3 de mama4. Os participantes foram recrutados de 1º de janeiro de 1963 a 31 de dezembro de 2013, e os dados foram analisados de 1º de setembro de 2013 a 31 de dezembro de 2017.

Entre as 758.592 mulheres na pré-menopausa5 (idade mediana de 40,6 anos; intervalo interquartil de 35,2-45,5 anos) incluídas na análise, associações lineares inversas de IMC2 com risco de câncer3 de mama4 foram mais fortes para o IMC2 entre 18 e 24 anos do que para IMC2 entre 45 e 54 anos. As associações inversas foram observadas mesmo entre as mulheres sem sobrepeso9.

Houve um gradiente de risco de 4,2 vezes entre as categorias de IMC2 mais alta e mais baixa (IMC≥35,0 vs <17,0) nas idades de 18 a 24 anos. As proporções de risco não variaram sensivelmente por idade atingida ou entre estratos de outros fatores de risco de câncer3 de mama4. As associações foram mais fortes para o receptor de estrógeno10 positivo e/ou receptor de progesterona do que para o câncer3 de mama4 negativo para o IMC2 em todas as faixas etárias. O IMC2 entre os 25 e os 54 anos de idade não foi consistentemente associado ao câncer3 de mama4 triplo negativo ou ao receptor hormonal11 negativo em geral.

Os resultados deste estudo sugerem que o aumento da adiposidade está associado a um risco reduzido de câncer3 de mama4 na pré-menopausa5, em particular durante o início da idade adulta, em uma magnitude maior do que a mostrada anteriormente e em toda a distribuição do IMC2. A compreensão dos mecanismos biológicos subjacentes a essas associações poderia ter um importante potencial preventivo12.

Veja também: "Limitar o consumo de álcool reduz o risco de câncer3".

 

Fonte: JAMA Network, em 21 de junho de 2018

 

NEWS.MED.BR, 2018. O aumento da adiposidade pode estar associado a um risco reduzido de câncer de mama na pré-menopausa. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1326228/o-aumento-da-adiposidade-pode-estar-associado-a-um-risco-reduzido-de-cancer-de-mama-na-pre-menopausa.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.

Complementos

1 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
2 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
3 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
4 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
5 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
6 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
7 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
8 Incidentes: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
9 Sobrepeso: Peso acima do normal, índice de massa corporal entre 25 e 29,9.
10 Estrógeno: Grupo hormonal produzido principalmente pelos ovários e responsáveis por numerosas ações no organismo feminino (indução da primeira fase do ciclo menstrual, desenvolvimento dos ductos mamários, distribuição corporal do tecido adiposo em um padrão feminino, etc.).
11 Receptor hormonal: São proteínas que se ligam aos hormônios circulantes, mediando seus efeitos nas células. Os mais estudados em tumores de mama são os receptores de estrogênio e os receptores de progesterona, por exemplo.
12 Preventivo: 1. Aquilo que previne ou que é executado por medida de segurança; profilático. 2. Na medicina, é qualquer exame ou grupo de exames que têm por objetivo descobrir precocemente lesão suscetível de evolução ameaçadora da vida, como as lesões malignas. 3. Em ginecologia, é o exame ou conjunto de exames que visa surpreender a presença de lesão potencialmente maligna, ou maligna em estágio inicial, especialmente do colo do útero.
Gostou do artigo? Compartilhe!